terça-feira, 28 de junho de 2022

ENTREVISTA AO SELECIONADOR NACIONAL DE ANDEBOL DE PRAIA – PAULO FÉLIX

 


Com a chegada do verão, é inevitável associar a mente ao mar e aos demorados banhos de sol. Contudo, Paulo Félix, concilia a tão agradável ideia de praia com o desporto, mais especificamente, com o andebol. Mais que professor e treinador, tem o cargo de selecionador nacional de andebol de praia, triunfando através da conquista de vários títulos internacionais, tanto no género feminino como no masculino.

No passado foi um atleta federado nesta modalidade, chegando inclusive a participar nos Jogos dos 500 Anos dos Descobrimentos 2000 em Recife (Brasil) de andebol de praia. Com intuito de conhecer um pouco mais da sua história, decidimos ouvir o seu testemunho.

 

Quais as implicações de ser selecionador Nacional na vida familiar? 

As implicações são muitas, mas tudo se faz com organização. Tenho dois filhos, com 11 e 9 anos, e o facto de não ter família na cidade onde vivo e de a mãe trabalhar como assistente de bordo dificulta ainda mais a situação. No entanto, em períodos de ausência mais prolongada, como estágios e competições, os meus pais vêm para Leiria dar uma ajuda. As saudades são muitas, mas já estamos habituados.

 

O andebol de praia vive dos jogadores do andebol indoor? Qual a relação?

O Andebol de Praia vive e potencia os jogadores de indoor como o Andebol de indoor potencia o atleta de praia. Considero que, mesmo havendo grandes diferenças, as duas vertentes se complementam e em conjunto desenvolvem grandes qualidades e capacidades fundamentais para um atleta de Andebol.

Não acho que haja regra, ou seja, existem excelentes atletas de indoor que não o são na praia e vice-versa. Um atleta de seleção de praia tem de ser um atleta que tem paixão por esta vertente e dá prioridade ao Andebol de Praia em relação ao indoor.

 

Como avalia a evolução do andebol de praia?

A evolução tem sido fantástica. Nos escalões jovens temos das seleções mais fortes do mundo em ambos os géneros. Nos seniores conseguimos o apuramento para o Mundial e estamos a crescer de uma forma progressiva e sustentada. No que diz respeito às competições nacionais o nível tem subido muito e já conseguimos alguns títulos internacionais.

 

Quais os resultados que destaca como selecionador nacional?

Felizmente são vários. Vice-campeões europeus em 2016 (Nazaré) e 2017 (Zagreb) com os SUB-16 masculinos e SUB-17 femininos respetivamente. Conseguimos a medalha de prata nos jogos de praia do mediterrâneo 2019 (Patras) em ambos os géneros.

O resultado mais importante foi termos sido vice-campeões olímpicos da juventude em 2018 (Buenos Aires). Recordo que fomos a primeira equipa coletiva a receber uma medalha olímpica para Portugal e até tivemos o prazer de sermos recebidos pelo presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa.

 

Como selecionador nacional quais os objetivos a curto prazo (presente e próximo ano) e a longo prazo (daqui a 4 ou 6 anos)?

A curto prazo passa por realizar um Mundial positivo e conseguir discutir todos os jogos. A longo prazo espero que o Andebol de Praia se torne modalidade olímpica (vamos ser modalidade de demonstração em Paris 2024) e que possamos estar presentes nos Jogos Olímpicos de Londres 2028.

 

Dada a importância e mais-valia de ter um docente com esse cargo numa escola, qual o apoio/relação/compreensão que a escola tem para consigo?

Muitas vezes as coisas não são fáceis. Entendo perfeitamente que a minha situação não é a melhor para uma escola, devido às constantes ausências nos estágios e competições, mas infelizmente o Andebol não é o Futebol, modalidade que também adoro e que toda a minha família é muito ligada. A Federação Portuguesa de Futebol tem outro tipo de condições que oferece aos seus treinadores o que lhes permite fazer só uma atividade.

Eu sou professor, selecionador e treinador. Faço o que faço com todo o gosto e com o maior empenho possível para conseguir títulos para o nosso país e muitas vezes não sinto esse reconhecimento.

No Agrupamento de Porto de Mós tenho sentido compreensão total da parte dos colegas e direção e já conseguimos realizar algumas atividades muito interessantes. Sendo o primeiro ano no agrupamento, encontrei um departamento de Educação Física composto por excelentes pessoas e excelentes profissionais que estão empenhados em tirar o melhor partido de cada um dos nossos alunos.

 

Como valorizar o Professor / treinador no percurso de formação dos nossos alunos, nomeadamente, no Curso Profissional Técnico de Desporto? 

Acho que para o Curso Técnico de Desporto tem muito a ganhar com a situação, até porque a maioria dos estágios que fazemos das várias seleções são na Nazaré, o que permite aos alunos acompanharem os vários momentos da preparação, desde o controlo físico, preparação física, prevenção de lesões, alimentação/suplementação, estratégias de recuperação, preparação técnico-tática, trabalho de estatística e análise de vídeo. No próximo ano de 2023, em maio, precisamente na Nazaré, vamos ter um grande evento internacional de Andebol de Praia de Seniores, o Campeonato Europeu. Será uma grande oportunidade para estes alunos de Desporto colaborarem com a organização nas várias tarefas inerentes a um Europeu.

 

 

Exemplos dessa ligação escolas / percurso do treinador? 

No corrente ano letivo esta ligação já se verificou com as turmas do 10.º e 11.º Curso Profissional Técnico de Desporto. Os alunos tiveram a possibilidade de assistir a dois estágios de masculinos e femininos, onde observaram a forma como avaliamos fisicamente os atletas. Tiveram também a possibilidade de assistir e conversar com a fisioterapeuta e o fisiologista da Federação de Andebol de Portugal para perceberem como é realizado toda a preparação para o Mundial.

                                                                                        Sónia Paulo, 10ºC, nº 21

                                                   Afonso Vieira, 11ºA, nº 02


sexta-feira, 3 de junho de 2022

Realismo/ Naturalismo




O que é prometido é devido! E com trabalhos realizados pelos alunos da turma C do 11.º está dado o salto do Romantismo para o Realismo/Naturalismo.




Já se encontram em exposição os edifícios mais icónicos do nosso grande romance, “Os Maias” de Eça de Queirós, -  a Quinta de Santa Olávia, O Ramalhete, A Toca, entre outros. É neste tom requintado que, por agora, fica encerrada esta maravilhosa iniciativa. Não deixem de passar pela biblioteca para ver esta exposição que está “Chique a valer”!

 


Rodrigo Morgado  11.º A  nº23


quinta-feira, 2 de junho de 2022

Texto de opinião – Direitos humanos

 


 Passaram setenta e quatro anos desde que foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Esta declaração tinha como objetivo garantir a paz e a segurança em todas as nações. Atualmente, um dos problemas mais graves ao nível mundial é o dos refugiados. Milhares de pessoas veem-se obrigadas a abandonar o seu país por razões económicas, políticas e até ambientais.

De facto, a falta de oportunidades, agravada por regimes ditatoriais que oprimem aqueles que discordam das suas ideias, leva muitos a arriscarem a travessia do Mediterrâneo, por exemplo, em direção à Europa.

No artigo 13.º da Declaração dos Direitos Humanos, diz-se que todas as pessoas têm o direito de abandonar o país em que se encontram, incluindo o seu, e o direito de regressar.

É lamentável que tantos milhares de pessoas acabem por morrer no mar depois de terem sido pagas elevadas quantias a traficantes, na esperança de chegarem a países onde consigam ter um mínimo de condições de vida. É o caso de muitos refugiados sírios que desejam chegar à Grécia, à Itália, à Alemanha… A Europa devia adotar medidas concretas para evidenciar que tragédias como aquelas que se têm verificado não se repitam no futuro. O direito à alimentação, ao vestuário, ao alojamento e à saúde são direitos fundamentais de todo o ser humano.

Muitas vezes, nem nos apercebemos de que muitos não veem respeitados esses direitos básicos.

Todos nós temos mais que o suficiente, mas os refugiados arriscam a sua vida para terem o indispensável.

 

Tiago Bartolomeu 11.ºA n.º 26