Hoje, dia 10 de junho, celebra-se, em Portugal, o
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O feriado nacional
assinala ainda o dia da morte do poeta Luís Vaz de Camões, em 1580, autor d´Os
Lusíadas.
Durante o regime ditatorial do Estado Novo de
1933 até à Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974, o dia 10 de junho era
celebrado como o “Dia da Raça: a raça portuguesa ou os portugueses”, tendo sido
aproveitado para exacerbar as características nacionais.
Como Camões foi uma figura emblemática,
associada aos Descobrimentos, foi usado como forma de o regime celebrar os
territórios coloniais e o sentimento de pertença a uma grande nação espalhada
pelo mundo, com uma raça e língua comum.
O 10 de junho é estipulado como feriado, na
sequência dos trabalhos legislativos após a implantação da República a 5 de
Outubro de 1910.
Alguns feriados foram eliminados, particularmente
os religiosos, de modo a diminuir a influência da Igreja Católica e com o objetivo
de consolidar a laicização da sociedade.
O decreto que definia os feriados nacionais
dava ainda a possibilidade dos municípios e concelhos escolherem um dia do ano
que representasse as suas festas tradicionais e municipais.
O 10 de junho começou por ser apenas um feriado
municipal para passar a ser particularmente exaltado com o Estado Novo. Foi a
partir desse período que o dia de Camões passou a ser festejado a nível
nacional.
Até ao 25 de abril, o 10 de junho era conhecido
como o Dia de Camões, de Portugal e da Raça, este último epíteto criado por
Salazar na inauguração do Estádio
Nacional do Jamor em 1944. A partir de 1978 este dia fica designado como Dia de
Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
