Peter Frederick Strawson
Peter Frederick Strawson nasceu em
Londres, no dia 23 de novembro de 1919. Entre
1937 e 1940, formou-se em Filosofia, Política e Economia pelo Colégio São João,
em Oxford. No final, foi recrutado pelos serviços militares da 2ª Guerra
Mundial, tal como outros filósofos britânicos haviam sido (Ayer, Hampshire,
Hare, Hart, Wollheim).
Casado e com quatro filhos, a
personalidade de Strawson facilmente se destacava, em virtude da sua admirável
sagacidade, do seu porte elegante e educado, bem como pela sua paixão pela literatura, em geral, e
pela poesia, em particular.
Os estudos de Strawson abordaram
extensivamente a filosofia da linguagem (incluída na filosofia analítica), a
metafísica, a epistemologia e até a história da filosofia.
Ao
longo da sua vida, foi acumulando diversas condecorações, como o prestigiado
Prémio John Locke, em Oxford; uma nomeação do University College de Oxford; e,
inclusive, um título de cavaleiro atribuído pela Academia Britânica, em 1977.
Estas e outras distinções consagraram o nome de Peter Strawson como um dos salientes e mais discutidos
filósofos a nível mundial.
Strawson
permaneceu filosoficamente ativo até
a data da sua morte, a qual teve
lugar em Oxford, no dia 13 de fevereiro
de 2006. Os seus escritos foram comentados e analisados pelos
mais relevantes filósofos do mundo, entre os quais Russell, Sellars, Putnam,
Quine, Davidson ou Kripke.
Curiosidades
Strawson recitava frequentemente poesia, e
também era autor de poemas?
Strawson considerava que os argumentos céticos não persuadem ninguém e que,
por isso, as dúvidas céticas, em
filosofia, não são dúvidas a sério,
o que gerou uma polémica reviravolta no contexto da epistemologia?
Strawson se esforçou por dissolver o
problema do livre-arbítrio? No seu entender, não existia conflito
algum entre o determinismo e a imputabilidade. Ele argumentava que as
nossas "atitudes reativas" em relação aos comportamentos dos outros
(gratidão, raiva, simpatia, ressentimento, …) são naturais…
Strawson tentou dissolver também o
dualismo mente-corpo? Ele argumentava que, quando nos referimos a
uma pessoa, não nos restringimos somente à sua consciência, ou ao seu corpo
física; referimo-nos sempre à sua totalidade[1].
Segundo a teoria da ilusão da posse de experiência, formulada por Strawson,
nós nunca nos referimos plenamente a nós
mesmos1, mesmo quando utilizamos a primeira pessoa (do
singular/plural)? Por exemplo:
[1]
Na proposição «Eu
tenho dor de cabeça», o pronome «eu» pode ser omitido; neste caso, a frase
ficaria assim: «Existe dor de cabeça». Já na proposição «Eu tenho uma cabeça
que dói», o pronome «eu» pode ser substituído por «este corpo». Assim, Strawson
percebeu que o «eu» pode ser atribuído a diversos predicados, tanto no plano
físico, como no plano mental.
SUGESTÕES DE LEITURA [da autoria do filósofo]
The Bounds
of Sense: An Essay on Kant’s Critique of Pure Reason (obra integralmente dedicada à interpretação, reformulação e
comentário da teoria kantiana)
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