sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Bilhete de Identidade dos Filósofos


 Peter Frederick Strawson

            

Peter Frederick Strawson nasceu em Londres, no dia 23 de novembro de 1919. Entre 1937 e 1940, formou-se em Filosofia, Política e Economia pelo Colégio São João, em Oxford. No final, foi recrutado pelos serviços militares da 2ª Guerra Mundial, tal como outros filósofos britânicos haviam sido (Ayer, Hampshire, Hare, Hart, Wollheim).

            Casado e com quatro filhos, a personalidade de Strawson facilmente se destacava, em virtude da sua admirável sagacidade, do seu porte elegante e educado, bem como pela sua paixão pela literatura, em geral, e pela poesia, em particular.

            Os estudos de Strawson abordaram extensivamente a filosofia da linguagem (incluída na filosofia analítica), a metafísica, a epistemologia e até a história da filosofia.
            Ao longo da sua vida, foi acumulando diversas condecorações, como o prestigiado Prémio John Locke, em Oxford; uma nomeação do University College de Oxford; e, inclusive, um título de cavaleiro atribuído pela Academia Britânica, em 1977. Estas e outras distinções consagraram o nome de Peter Strawson como um dos salientes e mais discutidos filósofos a nível mundial.
            Strawson permaneceu filosoficamente ativo até a data da sua morte, a qual teve lugar em Oxford, no dia 13 de fevereiro de 2006. Os seus escritos foram comentados e analisados pelos mais relevantes filósofos do mundo, entre os quais Russell, Sellars, Putnam, Quine, Davidson ou Kripke.

Curiosidades



Strawson recitava frequentemente poesia, e também era autor de poemas?
Strawson considerava que os argumentos céticos não persuadem ninguém e que, por isso, as dúvidas céticas, em filosofia, não são dúvidas a sério, o que gerou uma polémica reviravolta no contexto da epistemologia?
Strawson se esforçou por dissolver o problema do livre-arbítrio? No seu entender, não existia conflito algum entre o determinismo e a imputabilidade. Ele argumentava que as nossas "atitudes reativas" em relação aos comportamentos dos outros (gratidão, raiva, simpatia, ressentimento, …) são naturais…
Strawson tentou dissolver também o dualismo mente-corpo? Ele argumentava que, quando nos referimos a uma pessoa, não nos restringimos somente à sua consciência, ou ao seu corpo física; referimo-nos sempre à sua totalidade[1].
Segundo a teoria da ilusão da posse de experiência, formulada por Strawson, nós nunca nos referimos plenamente a nós mesmos1, mesmo quando utilizamos a primeira pessoa (do singular/plural)? Por exemplo:




[1] Na proposição «Eu tenho dor de cabeça», o pronome «eu» pode ser omitido; neste caso, a frase ficaria assim: «Existe dor de cabeça». Já na proposição «Eu tenho uma cabeça que dói», o pronome «eu» pode ser substituído por «este corpo». Assim, Strawson percebeu que o «eu» pode ser atribuído a diversos predicados, tanto no plano físico, como no plano mental.


SUGESTÕES DE LEITURA [da autoria do filósofo]
Individuals (questões metafísicas de forma geral)

The Bounds of Sense: An Essay on Kant’s Critique of Pure Reason (obra integralmente dedicada à interpretação, reformulação e comentário da teoria kantiana)




 

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