A série “The Good Doctor” apresenta-nos um
jovem recém-formado em Medicina, que é autista. Neste programa, acompanhamos a
jornada de Shaun, quando este é contratado, apesar de a administração do
hospital apresentar um grande preconceito relativamente à sua doença.
Ao seguirmos esta série, podemos associá-la a
outras que são muito similares, como “Anatomia de Grey” ou “Dr. House”. Porém,
com o desenrolar do programa televisivo, este vai apresentando características
únicas, como o desenvolvimento da vida amorosa e social da personagem principal
e, ainda, o desvendar do seu passado. Outra característica que diferencia esta
série televisiva de outras anteriormente mencionadas é a seleção do elenco,
principalmente a escolha do ator para a personagem principal, pois este encarna
excelentemente o papel de Shaun. O que mais aprecio neste programa é que nos
faz refletir em relação a certas situações do quotidiano, que não acontecem
apenas no mundo fictício, e também porque ficamos a conhecer um pouco de como é
a experiência de como é ser médico, e como esta pode ser difícil.
Já ao nível da banda sonora, apesar de muitas
das vezes não repararmos que ela está presente, esta é muito importante, pois
muda a maneira como o nosso cérbero reage ás situações, e eu penso que esta
está bem selecionada para cada momento.
Um dos problemas de “The Good Doctor” é que o
cirurgião chefe de Shaun (Dr. Neil Melendez) tem algumas reservas relativamente
ao facto de ter alguém autista na sua equipa, o que é expectável, pois esta
incapacidade pode impedi-lo de comunicar em situações de grande tensão. E, em
minha opinião este é um ponto negativo: a série “vende” esta preocupação como
um preconceito. Também penso que é um pouco “cliché” que a personagem principal
tenha sempre razão acerca das soluções para cada caso, e acho que deveriam
destacar um pouco mais os seus colegas de internato.
Em cada novo episódio conhecemos um novo
paciente e o seu caso; e um dos mais tristes que aconteceu, foi no episódio 5
da primeira temporada, que afetou Shaun, pois o seu paciente era fisicamente
igual ao seu irmão, que morrera muito novo durante a infância de Shaun. Essa
foi a razão pela qual ele se tornou médico, pois, desde a morte do seu irmão,
sentia-se culpado por não o ter podido ajudar. Para além de episódios emotivos,
há episódios milagrosos , como por exemplo, o episódio 9 da primeira temporada,
em que foi organizada um campanha pelo hospital, na qual escolhiam uma criança
que precisasse de cuidados, mas que não tivesse dinheiro para pagar o
tratamento; a escolhida tinha um grave problema cardíaco, que aparentemente não
podia ser resolvido, mas no último momento, Shaun e Melendez descobriram uma
solução e a criança sobreviveu.
Com as histórias que nos são contadas de cada
paciente, os produtores da série são capazes de nos levar emocionalmente para
dentro do enredo e fazerem-nos pensar que o que vemos é uma representação do
que acontece verdadeiramente.
Assim, podemos concluir que esta série tem
potencial e, na minha opinião, é uma das melhores que vi.
Sónia Paulo 8ºC
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