domingo, 30 de abril de 2023

Deambulando - 12.ºB 17

Deambulando pelo Alqueidão da Serra
 


Saio do autocarro quando começa a anoitecer,

E vejo os senhores do costume no banco a fumar os seus cigarros,

Os trabalhadores que das pedreiras saem nos seus carros,

Seguindo para junto de suas famílias ou para o café beber.

 

As máquinas aproveitam uma última hora de luz,

O cheiro a pó é avassalador e o som dos blocos a quebrar assemelha-se a tiros,

Cansados, os homens soltam pesados suspiros e

Com as mãos rasgadas e braços doridos, pedem forças e fazem o sinal da cruz.

 

Pelo caminho vejo o café que fechou e a padaria que faliu,

A papelaria que outrora vendia de tudo, reduzida à lotaria e às raspadinhas,

Mostram o envelhecimento e abandono destas terras minhas,

Que ficam no coração de todo aquele que já as viu.

 

Encontro a minha escola primária,

E nela vejo-me com as inocentes crianças,

À memória chegam-me as velhas brincadeiras e danças,

Enquanto uma lágrima nasce quando reconheço a mesma pobre funcionária.

 

O céu cinzento começa a pingar,

As mulheres rapidamente apanham as pesadas roupas e fecham as janelas desanimadas,

Sozinhas nas suas casas, estão exaustas e pelo sol marcadas,

Deitam-se na cama, e com o retorno dos filhos emigrados, começam a sonhar.

Pedro Vieira, N.º 17, 12B

sábado, 29 de abril de 2023

Deambulando - 12.ºA 16

 

Deambulando pela minha terra

 


Pela manhã ouço a minha mãe chamar

E acabo por acordar,

Corro para a mesa comer,

Para mais um dia viver!

 

Saio de casa,

Na rua está uma brasa

Vejo o fumo da padaria

E as pessoas numa correria

 

Pela rua eu vou

Deambulando sem rumo,

Pensando em mim e em quem sou

E em todo mundo.

 

Passo no café, onde fumam e bebem

Como se tudo estivesse bem.

Raspam mais umas raspadinhas

Para ganharem umas notinhas.

 

Ali, no Centro de Saúde, estão os velhos

Cheios de dores nos joelhos.

Tristes e dolorosos esperam o doutor

Cobertas as pernas com um cobertor.

 

Lá no fundo, na escola, estão as crianças

A correrem, a saltarem e a gritarem

Andam nas suas andanças

E a vida a aproveitarem.

 

Continuo a minha viagem

Num dia de outono

Os pássaros na paisagem

E a lagoa ao abandono.

 

No brilho da natureza,

Nesta lagoa me vejo

Como num espelho de desejo,

Fico maravilhada com tanta beleza.

 

E é assim que sou feliz,

Na minha terra de que gosto tanto

É aqui que tudo fiz.

Para ter uma vida de encanto.

Laura Peres, N.º 16, 12.ºA

Dia do Agrupamento 2022/23 - Escola Sede: Aos olhos do Clube de Jornalismo

 



sexta-feira, 28 de abril de 2023

Deambulando - 12.ºB 15

No fim do mundo

 

Aqui , nos Casais do Chão ,

ou no fim do mundo

tem andado perdido um cão

por volta dos 60 cm e com um tom profundo.

 

Ao fundo , ouço um feliz café !

Os pratos batem , os sorrisos chamam por mim.

Os pensamentos apoderam-se da cabeça ao pé ,

a feliz, trabalhadora, corajosa dona, passa o dia assim.

 

O céu escurece e o mundo ilumina.

O pequeno amigo retorna,  perdido.

Planta-se em mim um pensamento que fascina.

Intriga-me! Aquele olhar puro, inocente, incompreendido.

 

As ruas invisíveis atraem , prendem.

E um som tranquilo ecoa no ar

como uma quimera, persuadem

e encontro-me a cismar, debaixo do luar.

 

Porém, as ruas visíveis brilham, libertam.

A luz cega-me como a do sol

e os sons mecânicos perturbam,

tormenta o meu ser, quero o meu lençol.

 

Calmo e sereno, desperto do sono,

os pássaros na rua a chilrear.

As velhinhas vigiam, o desordeiro outono.

Até no fim do mundo conseguimos fofocar

João Martins, N.º 15, 12.ºB 

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Deambulando - 12.ºA 15

 Rumo à árvore do conhecimento

Oito de vinte da manhã; o “chalet” branco e amarelo                      
dá lugar à rua única e pedonal,         
ladeada por oliveiras e pelo altaneiro castelo          
onde a realeza venceu o duelo!                    
E sigo, acompanhada pela ternura maternal.           

 

Ao fundo, o Lena corre em direção a sul.
O rio deste Alcaide onde outrora o Guarda-rios
De peito cor-de-laranja e visão de flecha azul
Caçava à superfície do rio e do paúl
Onde cantarolava os melhores assobios.

 

Rua abaixo brilham os raios dourados

Repousam ainda os mais idosos,
o comércio abre as portas de ambos os lados,
pintadas de azul, branco e vermelho e os pardais nos telhados
chilreiam alegremente encantando os curiosos.                  


E lá vou eu, rumo a uma ininterrupta fila
de pressas e ansiedade exacerbada
daqueles que, movidos ainda pelo sono na pupila,
tentam passar à frente, hábeis como um gorila
Como se assim vencessem a jornada.

E cada pedra de calçada é o chão
de cada um daqueles que corre, sem comportamento,
entre risos esganiçados, carregando o mochilão,
Com o entusiasmo e a necessária motivação
Rumo à árvore do conhecimento.

E eu, desconfortável com a imprudência de quem
atravessa a rua com uma insegurança impressionante,
Sigo, pacientemente, na fila que me detém
E chego, enfim! “Bom dia e porta-te bem”

encerram maternalmente o percurso desconcertante.



À entrada, de cartão em punho e sorriso na face
Cumprimento a D. Licínia na portaria.
E se, subitamente, tudo se alterasse?
Se eu transformasse aquela senhora com classe
Numa personagem do filme Mamma Mia?


Espetáculo de música e dança que não acaba!
Eu loira, no papel de Meryl Streep, dou o mote
dançamos ao ritmo dos Abba:
“Dancing Queen”, a música que não desaba
Contagiando do pequenote até rapazote.

Fato prateado de folha de alumínio ostento
Brilha ajudado pelos raios de sol dourados
E a alegria e o entusiasmo do momento
Transformam o ânimo do mais birrento
E renovam as energias dos mais cansados.

Toca a campainha! Voltamos à realidade.
A professora Sílvia abre a porta com talento
E eu, entusiasmada, ouço com amizade
O seu discurso, baseado na experiência e na verdade
Próprio da árvore do conhecimento.

Laura Ferreira, N.º 15, 12.ºA

Programa Escolar Dove «Eu, confiante»

 



A turma 7.º E da Escola Secundária de Porto de Mós participou no Programa “DOVE – Eu Confiante!”. Este é um projeto da Associação EPIS – Empresários Pela Inclusão Social, em parceria com a DOVE e a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) e tem o objetivo de melhorar, a curto e a longo prazo, a autoestima e autoconfiança corporal dos jovens portugueses.

A Educadora Social, Vitória Monteiro, fez a formação e lançou o desafio à Diretora de Turma, para que o programa fosse aplicado nesta turma… E o convite foi imediatamente aceite! Os alunos iniciaram as sessões em janeiro, que se prolongaram até março, cada uma delas com a abordagem de um tema diferente: 1.º - Ideais de beleza; 2.º - Pressões sobre a aparência; 3.º - A mensagem dos Media; 4.º - Confronta as comparações; 5.º- Conversas sobre o corpo; 6.º - Sê a mudança.




As sessões foram desenvolvidas nas aulas de Formação Integral de Aluno e de Cidadania e Desenvolvimento e inserem-se no Projeto «Afetos e Educação para a Sexualidade» da turma. A metodologia de workshop permitiu desenvolver um conjunto de atividades muito diversificado, desde a exploração de vídeos e/ou músicas, momentos de reflexão pessoal, trabalhos de grupo, análise de imagens, debates e preenchimento de questionários.




Em todas as sessões, os alunos demostraram interesse pelas atividades e foram muito participativos, revelando espírito crítico e respeito pela diversidade de pontos de vista. Valorizar as pessoas como um todo, respeitar-se a si mesmo, estimular a sua individualidade, cuidar dos outros são valores que, com toda a certeza, crescerão com estes alunos…

 «Sê a mudança! TU és a pessoa mais importante da tua vida!

 TU tens tudo o que é preciso para mudar o mundo!».

 

Educadora Social Vitória Monteiro | DT Lisete Costa


quarta-feira, 26 de abril de 2023

Escrita criativa da aula de Português



Cena Y (Ato II- Frei Luís de Sousa)

Frei Jorge: - Conte-me, minha cunhada, como foi esse encontro com o meu irmão…

(Na esquadra escura e barulhenta de Almada, paira o cheiro a café e “aftershave” barato. Uma pilha de papeis e casos por resolver, várias secretárias de metal e computadores com o Windows de 2008. A máquina de venda automática avariada, com 3 embalagens da Compal fora de validade. Uma porta que liga com a sala de almoço dos guardas.)

Madalena: (Em pé e impaciente. Mala da Guess no braço direito, botas da Louis Vuitton) - Mas já se viu isto? Incompetentes! O meu marido desaparecido e eu aqui num desespero! Estes governantes… Alguém que me atenda, por amor de Deus! Estou aqui há 1h30m! Isto é mais lento que a Justiça! Vocês sabem quem eu sou? Sabem quem é o meu marido?

Manuel: (Apercebe-se do barulho, levanta-se, olha para a sala de almoço, irritado) - O que é que é isto? Todos os guardas aí dentro, sem fazer o seu trabalho? Onde está a honra, o compromisso para com os portugueses, que eu, enquanto vosso comandante, vos ensinei? O nosso dever é servir a Pátria e, mais importante, a população de Almada! Eu próprio atendo esta senhora. Deviam ter vergonha!

Guarda: -Peço desculpa, meu comandante. Não se tornará a repetir.

Manuel: -Espero que não. (Dirige-se a Madalena, senta-se na secretária) - Então, pareceu-me, pelo que ouvi, que a senhora precisa de ajuda.

Madalena: -Primeiramente, exijo o livro de reclamações. Sabe quem eu sou? Madalena de Vilhena, os meus treta-treta avós eram nobres, da melhor raça existente. Nem a perna de presunto de porco preto alentejano é mais importante que eu! Mas, passando ao assunto, há 6 meses, o meu marido… (Interrompida por Manuel)

Manuel: -Alto e para o baile! Se a senhora é importante, eu também sou. Eu defendo Portugal arduamente, dou o meu corpo às balas, ao fogo, e, mais importante, a Almada!

Madalena: -Tem razão. Peço desculpa, mas fico de tal forma perturbada, que, desculpe a expressão, fico a tremer das canetas.

Manuel: -Não se preocupe! Qualquer um ficaria assim, mas continue, por favor! (Dedos no teclado a registar o relatório do caso).

Madalena: -Como estava a dizer, há 6 meses o meu marido, que está no exército português, integrou o contingente militar que tinha como missão apoiar as tropas e as vítimas da Ucrânia. Eu penso que ele esteja desaparecido, por me ter dado o “ghost” e não me responder às mensagens.

Manuel: -Mas, minha senhora, sabe que isso não é suficiente para depreender que ele esteja desaparecido. Não tem mais provas?

Madalena: -Ele prometeu que, mal chegasse à Ucrânia, me mandaria uma mensagem, ou, pelo menos, uma carta, caso não houvesse rede, mas isso nunca chegou a acontecer. Eu sei que os CTT são lentos, mas já se passaram 6 meses! Além disso, comprei Tinder premium, e olhe que isso não é nada barato! Estendi o raio até à Ucrânia, para ver se o desgraçado me estava a enganar com alguma ucraniana. Fui à bruxa, ao chat.pt, às trends militares do Tik Tok e nada, nem um sinal!

Manuel: -A senhora saiu-me cá uma detetive! Se não tiver qualquer historial com drogas, contrato-a já! Estas informações são deveras importantes e relevantes.

Madalena: -Ainda há outra coisa muito estranha. No outro dia, recebi um pedido de mensagem, no Insta, de um estranho. Ele mandou-me um link que ia ter às Arábias ou às Roménias. Quer ver? (Madalena dá o telemóvel).

Manuel: -Então e a senhora mandou a música “Quem és tu, miúda?” dos Azeitonas? É também a música que oiço sempre quando saio em missão.

Madalena: -Claro que mandei, é a minha música favorita. Depois ele respondeu-me “Ninguém”, e bloqueou-me!

Manuel: - (Olhou fixamente para a elegante mulher que parecia mais calma) – Temos muito trabalho pela frente. Manterei contacto consigo. Caso tenha alguma dúvida, tem aqui o meu cartão. Não hesite em contactar-me.

Madalena: (Hipnotizada pelo brilho do olhar do comandante) - Muito obrigada! É pena que os homens tão nobres e cavalheiros como o senhor tendam a desaparecer…

Sónia Paulo 11ºC Simão Azevedo 11ºC


Dia do livro -23 de abril


 Neste dia do Livro, sugerimos a leitura de autores da língua portuguesa.


1. Mensagem – Fernando Pessoa



2. Os Maias – Eça de Queirós



3. Os Lusíadas – Luís Vaz de Camões



4. Memorial do Convento – José Saramago

5. A criação do mundo – Miguel Torga

6. Poesia – Sophia de Mello Breyner Andresen

7. A ilustre casa de Ramires – Eça de Queirós

8. Viagens na minha terra – Almeida Garrett

9. Não entres tão depressa nessa noite escura – António Lobo Antunes

10. Poemas – Mário de Sá Carneiro

 

 Carolina Ferreira e Laura Marques 8ºC

Deambulando - 12.ºB 14

Toque das dez

 

Ao meio da manhã, ouve-se um som estridente:

Todos ficam agitados, em direção ao Meu Super

Ansiosos para tomar a sua dose matinal de açúcar

Que enche de fervor qualquer criança ou adolescente.

 

Saio da escola, acompanhando a manada

Esteve a chover e ainda sinto o odor a barro

Que é rapidamente coberto por dois miúdos a partilhar um cigarro

Enquanto são encarados por uma ave esganada.

 

Já de dentro do mercado, irradia um cheiro a folhado

Que compro e como no caminho de volta à escola

Enquanto passo pelos garotos irritados a jogar à bola

Que eu observo à medida que volto para a aula atrasado.

 

Entre os pingos da chova e os pavilhões vazios

Entro na sala, discreto, enquanto alguém ria

Pronto para ouvir sobre Fernando Pessoa e a sua esquizofrenia

E reflito sobre a saudade que vou sentir destes dias frios.

João Lourenço, N.º 14, 12.ºB

terça-feira, 25 de abril de 2023

25 de abril




Comemoramos, hoje, o Dia da Liberdade. Em 1974 os militares portugueses, com a ajuda da população, revoltaram-se e levaram a cabo um golpe de Estado com o objetivo de acabar com a ditadura imposta por Salazar.


 A 25 de abril de 1976, os revolucionários conseguiram a implantação do regime democrático e a instauração da nova Constituição Portuguesa.

O cravo é o símbolo deste dia porque uma mulher, em sinal de agradecimento, ofereceu cravos aos soldados. Estes puseram os cravos no cano das suas armas, em comemoração, o que representava a vitória praticamente sem violência.

Este dia é conhecido como o Dia da Liberdade ou a Revolução dos Cravos e é um dos 13 feriados nacionais obrigatórios.

 

Constança Santo e Margarida Vala Pereira 8ºC


Visita ao Museu/oficina de Manuel Cargaleiro



Os alunos de ARTES, matriculados no 8.ºano, da Escola Secundária de Porto de Mós, participaram no dia 21 de abril numa visita de estudo a Lisboa e ao Seixal.


De manhã, os alunos visitaram o museu do azulejo (Lisboa), divididos em grupos de 4/5 elementos, e através de um questionário partiram à descoberta do museu. Por fim, participaram num workshop de pintura de azulejo.






De tarde, os alunos visitaram o museu/oficina de Manuel Cargaleiro (Seixal), situado na quinta da fidalga. Aqui os alunos visitaram o museu e participaram num jogo/construção de uma parte, de uma das obras do mestre. Criaram depois, com as mesmas peças, a sua própria obra.

Os professores de ARTES do 8ºano

Helena Clara Coelho e Pedro Sequeira

Visita ao Museu da Cidade e ao Museu do Papel.


Os alunos de ARTES, matriculados no 7.ºano, da Escola Secundária de Porto de Mós, participaram no dia 29 de março numa visita de estudo a Leiria, tendo oportunidade de visitar o Museu da Cidade e o Museu do Papel.

No museu da cidade, instalado no Convento de Santo Agostinho (século XVI), os alunos tiveram oportunidade de conhecer a história da região (em particular da cidade de Leiria) desde os primórdios, abarcando várias artes e vertentes, desde achados arqueológicos a peças de arte.





No Museu do Papel (moinho do papel), os alunos tomaram contacto com um espaço museológico ligado à aprendizagem de artes e ofícios tradicionais relacionados com o papel e o cereal. É uma oficina de fabrico artesanal de papel reciclado e/ou de algodão onde funcionam também moinhos de cereal, com espaço destinado à moagem e ao armazenamento. Participaram ainda no workshop do papel, tendo cada um dos alunos feito a sua própria folha de papel.




Os professores de Artes do 7ºano

Helena Clara Coelho e Pedro Sequeira

Deambulando - 12.ºA 14

É manhã de outono!

 

É manhã de Outono!

Ainda o Sol não apareceu

Tenho de sair da cama, cheia de sono

Com o frio, o meu corpo já arrefeceu.

 

Como alguma coisa, apressada

Vejo as horas, já estou atrasada!

Para variar, a minha irmã avisa

Olho-me no espelho, ela buzina.

 

Ao sair de casa vejo um trânsito

É o vizinho com o rebanho

Oh, adivinha-se um conflito!

Em nossa direção, um boi castanho.

 

As nuvens estão baixas e o vento forte

Em pedaços fica um jarro de barro

E eu só preciso de sorte

Para apanhar o bendito autocarro.

 

Estou eu a passar pela modesta escola

De cor branca, pequena e antiga

Que precisa urgentemente de uma reforma

É escondida no meio da urtiga.

 

Finalmente, ultrapasso a última curva

Aprecio a vizinha na agricultura

Vou para a paragem, apanhando chuva

Fiquei eu agora, na pendura.

Laís Barroso, N.º 14, 12.ºA 

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Deambulando - 12.ºB 13

 Caminho pela rua da saudade,

Vou para o trabalho meio acordado,

O sonho da noite foi atormentado,

Mas sei que o que sonhei não era verdade.

 

É domingo, o silêncio, a calma

a vila parece adormecida

caminho livre na manhã oferecida

a esperança enche a minha alma.

 

Passo pelas árvores tranquilamente

vem um vento calmamente

bate no rosto suavemente

entra o cheiro da árvore docemente.

 

Vejo a escola à minha frente

lembro-me de um trabalho de português

que é um trabalho bem diferente

fazer um poema a Cesário Verde.

 

Na vila adormecida há um lugar de energia

no café da rua de Santo António

há risos, vida e energia

entro e peço um sumo, um bolo e um café.

João Ye, N.º 13, 12.ºB

domingo, 23 de abril de 2023

Deambulando - 12.ºA 13

Deambulando pela minha terra

 

As folhas voam,

os pássaros cantam

E ao caminhar vejo a dança

de uma menina com a sua trança,

que tão criança parece nem reparar.

 

Como repararia? Como repararia no olhar da sua mãe

que leva além

as preocupações do dia,

Mas ainda com a alegria

que a vida tem.

 

Ainda é cedo! O pão sai morno

Mas o padeiro, já o colocava no forno

durante a madrugada.

Enquanto os patrões ainda tinham a cara amassada

nas suas colchas almofadadas.

 

Começa a chover!

Os chapéus saem das malas,

mas perante duas senhoras idosas

ninguém se incomoda em ajudar

quase escorregando nas calçadas.

 

O tempo avança. A chuva ainda cai.

Ao passar cheiro a terra molhada,

antes lavrada,

pelo velho senhor que antes do sol nascer

já se estava a mexer.

 

De que vale a realidade

Se perante a verdade

nos enganamos a transformar a aldeia em cidade

Manifestando a necessidade

E a falta de amizade.

 

Viramos para cima, vemos o céu

É tal e qual um véu

Que não deixa reparar,

Perdendo o olhar,

De quem está a trabalhar.

Júlia Cruz, N.º 13, 12.ºA

sábado, 22 de abril de 2023

Deambulando - 12.ºB 12

 O final chega, a chuva cansada caindo

o barulho dos jovens, confusão,

os carros passando, com cartão na mão,

vão todos para os seus tetos sorrindo.

 

Eu não sou muito diferente

e a caminho de casa vou muito contente.

No início vejo as pessoas ao fundo

a despedirem-se com abraço profundo.

 

Com os fones metidos, melodia tocando

o trânsito está parado e as pessoas passando

lembram-me um centro de cidade enorme

onde pessoas gritam e o movimento nunca morre.

 

Chegando à rua que eu bem mais conheço

vejo os vizinhos, as casas, o cão a ladrar,

com esta algazarra toda lembro-me de pequeno

onde outrora tinha medo, mas estava só a começar.

João Leirião, N.º 12, 12.ºB