Toque das dez
Ao meio da manhã, ouve-se um som estridente:
Todos
ficam agitados, em direção ao Meu Super
Ansiosos
para tomar a sua dose matinal de açúcar
Que
enche de fervor qualquer criança ou adolescente.
Saio
da escola, acompanhando a manada
Esteve
a chover e ainda sinto o odor a barro
Que
é rapidamente coberto por dois miúdos a partilhar um cigarro
Enquanto
são encarados por uma ave esganada.
Já
de dentro do mercado, irradia um cheiro a folhado
Que
compro e como no caminho de volta à escola
Enquanto
passo pelos garotos irritados a jogar à bola
Que
eu observo à medida que volto para a aula atrasado.
Entre
os pingos da chova e os pavilhões vazios
Entro
na sala, discreto, enquanto alguém ria
Pronto
para ouvir sobre Fernando Pessoa e a sua esquizofrenia
E
reflito sobre a saudade que vou sentir destes dias frios.
João
Lourenço, N.º 14, 12.ºB
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