Deambulando pela Fonte do Oleiro
Ao entardecer, Sol quase
posto,
Desço os pequenos degraus
que ditam
A fuga do ansioso para o que
é oposto.
E as emoções que daí
transitam,
Veementes e penetrantes se
evadem!
E a chuva, lenta e
despreocupada,
Cai sobre a esverdeada e
rugosa macieira.
E perplexo, cismando como
havia mandado
Cair em alguém tão desolado!
E, divagando nessas ruas
secundárias,
vendo o pedreiro a
trabalhar, a dama a olhar,
as viúvas, oh! Essas já só
solitárias
perdidas nas más palavras,
sós nas janelas a espreitar
esperando algo mais que duas
crianças a passar.
ladra a qualquer ser que
deambule
seja esse ser mau ou bom.
Ladrar esse, toante, para
que em todos se especule,
quais as almas que andam
pela rua e porquê?
E a passagem pelo campo
inspira-me, e motiva-me
Para ter sempre metade da
força
que a senhora dona do
construtor, oh moça!
Charme que essa nunca terá.
Ao chegar à vizinhança,
avisto à distância
A minha senhora, mais
querida avó materna,
que me espera sempre sem
qualquer circunstância,
apenas para me oferecer
aquele lanche eterno,
argumentando, sem
argumentos, o “inargumentável”.
Chegando a casa descarrego o
peso,
Real e imaginário do medo
diário,
De um sucesso inalcançável e
ileso,
de qualquer esperança ou
viço ordinário
que nada mais será, que uma
desilusão.
E ao final do dia, já depois
da ceia,
mais um conjunto de
sensações,
Memória do que já foram
emoções
e que agora nada mais são
que tristes canções.
Bruno Vieira, N.º 3, 12.ºB
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