No fim do mundo
Aqui , nos Casais do Chão ,
ou no fim do mundo
tem andado perdido um cão
por volta dos 60 cm e com um tom profundo.
Ao fundo , ouço um feliz café !
Os pratos batem , os sorrisos chamam por mim.
Os pensamentos apoderam-se da cabeça ao pé ,
a feliz, trabalhadora, corajosa dona, passa o dia assim.
O céu escurece e o mundo ilumina.
O pequeno amigo retorna, perdido.
Planta-se em mim um pensamento que fascina.
Intriga-me! Aquele olhar puro, inocente, incompreendido.
As ruas invisíveis atraem , prendem.
E um som tranquilo ecoa no ar
como uma quimera, persuadem
e encontro-me a cismar, debaixo do luar.
Porém, as ruas visíveis brilham, libertam.
A luz cega-me como a do sol
e os sons mecânicos perturbam,
tormenta o meu ser, quero o meu lençol.
Calmo e sereno, desperto do sono,
os pássaros na rua a chilrear.
As velhinhas vigiam, o desordeiro outono.
Até no fim do mundo conseguimos fofocar
João Martins, N.º 15, 12.ºB
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