Poemas à moda de Álvaro de Campos
Ode
Desci a minha
cidade
à procura de uma
feira de emoçõesAbro a porta fútil
E abraço o paraíso.
A minha mente convalesce e avanço.
Avanço para um destino
Que não controla a sede de gastar.
As
escadas rolantes elevam-me
Ao caos
de cores, brilhos, plumas,rendas, pedras, doces, perfumes
e as pessoas circulam freneticamente
com a cara rapada de emoções.
Ó shopping!
Avanço e sinto-me tão inútil
Como todas as
futilidades que me rodeiam, mas avanço…
Ó Breska, ó
Stradivarius, ó Lanidor,
Ó H&M, Ó
Intimissi, ó Zara,
Ó Salsa, ó Levis, ó Pull
and Bear
Ó Sport Zone, Calzedonia,
Mango, Benetton, Rulys
Perfuma-me do teu perfume …pfff, pffff
Veste-me das
tuas cores … zippppp,
Calça-me com a
tua mais recente criação
de primavera/verão
… toc toc toc
Quero ouvir -te,
sentir -te, usufruir e abusar sem pensar,
Do teu glamour com travos
a Channel, Gucci, Dolce & Gabanna
Sempre, sempre,
sempre, ahhhhhh, sem precisar de agradecer
Ah pesa-me e
custa-me pensar que,
Como eu, levas
mais à tentação
A minha vida sem
ti é como uma flor sem água, murcha,
um dia sem sol,
telemóvel sem bateria, pão sem queijo,
é como um livro
sem folhas, uma criança sem sorriso.
Ahh essas
crianças que berram, que gritam,
que choram e que
imploram birrrammmmmm…
brandam,
praguejam e apregoam ao pai, à mãe, à avó e ao desconhecido
careca a Barbie e as suas estirpes e outras bolas,
piões ,aviões e automóveis de
todas cores.
É caos no mundo nos mais encantado
Não hesito, não
tenho medo, sou ser completo e não vazio e
estou cada vez mais próximo
Ó saldos, ó
liquidação total, ó promoções, ó reduções,
Ó -50, -60, -70
e às vezes -80%
Ó sorte traz o
meu número disponível em stock.
A corrida já
começou, encontrões, empurrões, nódoas negras,
amarelas e com purpurinas.
Cabelos desgrenhados ânimos
exaltados… As coisas que as coisas nos fazem
passar. São as
nossas MARCAS de guerra que orgulhosamente envergamos.
E eu avanço
inútil
Porque tu me
alimentas a alma e
Fazes arder o
cartão de crédito
Agrrrrrrrrrrrrrrrr
Sinto-me inútil.
A minha casa são
os teus brilhos
São os
complementos falsos das empregadas estagiárias,
funcionárias e gerentes que se
tornam as melhores amigas
e confidentes
«AHH! Até parece mais magra»;
«AHH! Que
elegante que fica» «Ahhh! Tão lindo! leve, leve que
é o último»
Uma força
misteriosa abate-se sobre mim,
e tudo isto me
atrai estupidamente.
Posso mudar de
casa, de cidade, de rua, de língua,
O fim é sempre
igual…
O cartão passa
Plim-plim-plim
A caixa abre,
fecha, abre, fecha, abre, fecha cachim-im-im
A uma velocidade
inigualável
Sinto um fogo de
artifício dentro de mim …fjj, fjj pummmm
e dou pequenas
risadinhas hihi
És o presente
mais presente na minha vida
Eia os sacos! De
plástico normal,
Reciclável, de
cartão,
Eia os embrulhos
e embrulhinhos
Às pintinhas ou
risquinhas, bolinhas, quadrados, losangos e
outras formais geométricas
duvidosas
Eia as fitinhas
azuis para os meninos
E rosa para as
meninas
Eia, eia, eia,
eia
Volto a mim
outra vez
Deixo-me atingir
pela realidade
A ansiedade
desapareceu
Mas sinto
necessidade desta vida fútil e inútil que perdura,
como eu, e me aprisiona ao
sentimento de gastar.
O meu maior
problema é que nunca aprendo nada com isto.
Perco algo,
talvez tudo e nunca ganho nada.
Devemos acabar
com as coisas antes que as coisas acabem connosco.
Avanço e
sinto-me inútil.
Não aprendo a
esquecer.
Este é o único
caminho que a vida me aponta.
O meu coração
está vazio, mas ama-te, ó shopping. É mais que
uma teimosia.
Amo-te há tempo demais.
Deixa-me!!!
Não quero sentir
saudades de tudo aquilo outra vez!
Só quero um
enorme e profundo descanso e tudo seria mais
fácil.
Amanhã não será
mais fácil.
Adriana Machado
Ode à
Música
Ah
complicadas notas numa pauta musical!
Quem
me dera ser vós!
Dóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó!
Réééééééééééééééééé´!
Breves,
mínimas, colcheias, fusas, semifusas!
E
todas as outras! Desavergonhadas!
Entrelaçadas,
embrulhadas, como dois namorados no fogo da paixão.
Ah,
poder possuir-vos!
Essa
sensualidade e suavidade.
Hê-lá!
Hê-lá!
Os
outros! Aqueles que não sabem o que é ouvir-vos,
São
uns nojentos! Tristes! Desavergonhados como elas (as notas)!
Esta
azia que sinto quando oiço falar mal de vós,
Da
vossa magia, da vossa sinfonia.
Ahhhhhhhhhhhhhhhh!
Uhh! Uhh! Uhhhhh!
Deviam
ter nascido sem ouvidos, para castigo de não os usarem como Homens!
Hipócritas!
Possuir
a vossa doçura, beleza e perfeição!
Ser
escrita, lida, tocada, escutada,
Pelos
músicos e maestros!
Ai,
como vos amo! A esses que sabem o que é a música.
Quero
ser o som que sai das flautas e trombones,
Saxofones
e bateria!
Quero
ser uma orquestra inteira!
Quero
ser atraente, sensual, pura! Como a música.
Quero,
quero, quero!
Zzzzzzzzzzzzzzzzzz.
Ehhhhhhhhhhhhhhhh! Eheheheheh!
Ai!
Como deve ser uma pausa num compasso!
O
silêncio!
O
barulho!
Tudo!
Eu quero-te!
Músicaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!
Papapapapapapa!
Tututututututu! Tritritritri!
Andreia Ribeiro
12ºA nº4
Por tudo
aquilo que fizeram, fazem e irão fazer…
Tanta
diversidade: portáteis, de secretária, grandes, pequenos, baratos, caros,
bonitos,
feios, levem, pesados, potentes, rudimentares!
Hé-há! Hé-há!
Hé-há!
Toda a gente
os usa: crianças, adultos, estudantes, velhos, arquitetos, advogados,
médicos, professores…
Tic-toc-tic-toc-clic-tac-clic-clic!
Somos nós a dar ordens à maquina.
A informação
passa por entre fios e fios até chegar ao “coração” do computador.
Volta a
resposta tão rápida quanto possível.
Por vezes
saltamos de alegria e de euforia quando ouvimos: tchan-tchan… tchan-tchan…
Sinal de que
todo o processo correu bem!
Outras vezes,
já muito suados de trabalhar:
Pi…pi-pi…pi…pi-pi…pi…pi-pi…
pi…pi-pi…pi é o ruído que ouvimos.
Arre!
Só apetece
esmagar-te, torturar-te, congelar-te, incendiar-te, partir-te
E zás! Vidros
partidos – crash…plink…tlink – cabos desventrados – monitores rachados.
Ah! O que
seria de nós sem vós, máquinas…
Artur
Fonseca
Oh
sol que raias lá fora!
Essa
tua luz, teu calor, tua força para trazer todos os seres vivos para a rua.
Como
te amo! Quem me dera puder ser tu, Oh meu adorado sol!
Ser
teus raios que cobrem corpos de raparigas, rapazes, crianças, adolescentes,
idosos, adultos que em nada se importam com os escaldões, vermelhões, cancros e
outras maleitas mais.
Quero
poder cobri-los a todos e a todas, penetrá-los, deixar-lhes marcas.
Ah,
poder rasgar nuvens, vencer a chuva, sair para a rua todos os dias e alegrar o
mundo inteiro em toda a parte.
Quero
sentir-te, quero sentir-te mais do que sinto, quero sentir teu calor!
Hé-lááá
que calor.
Acende
a chama em mim e deixa-me como deixas as florestas no verão: devastadas,
queimadas, corroídas, devoradas, consumidas, em cinzas, reduzidas a nada…
Quero
ser nada, ser nada e ser tudo!
O
deslumbramento da tua luz refletida no oceano, os teus raios entrando em casas,
hotéis, estalagens, suítes luxuosas,
lojas, escolas.
Escolas
que hoje em dia já não são o que eram antigamente, escolas em que os putos dão
porrada nas professoras, em que dão porrada numa garota inocente, filmam e
postam no tão adorado facebook.
Escandalosos
casos que depois passam para a comunicação social e só depois são tomados em
tribunal.
Tribunais
onde trabalham advogados de defesa, advogados de acusação, juízes, tanta gente
a trabalhar para depois as penas não serem as corretas ou cumpridas.
Mas
que justiça é esta? Indivíduos julgados por crimes que cometeram e depois saem
em liberdade prontos para cometerem as mesmas iniquidades.
Hé-lá
sol, hé-lá luz, hé-la calor, hé-lááá!!!
Anseio
ser tu, anseio não me preocupar com as injustiças do mundo, com os crimes
cometidos por novos e velhos.
Anseio
ser ardente, luminosa, ofuscante.
Oh
meu sol que já te estas a pôr.
Volta
amanhã e deixa-me exaltante novamente.
Ode
Saudação a Fernando
Pessoa
Hé-lá-á-á-á-á!
Saúdo-te mestre dos poetas, pai da
poesia universal!
Pergunto-me eu, uma simples mas
profunda apaixonada,
Porque te comparam com o “grande poeta
do Ocidente”!
Sim, sim, sim esse da epopeia
nacionalista, o “zarolho”
Nada se iguala aos teus divinos e
transcendentes versos,
à dor, sofrimento, angústia, tédio,
infelicidade, desfortúnio,azar, abdicação, desgosto, aborrecimento, enfado, saudade e
nostalgia que colocas neles. Ah-a-a-a raaaios!
Nada se compara
Talvez ao longo da tua vida te tenhas conformado
com o facto de que para sermos felizes, temos de ter
um pouco de tudo e de nada
Oh-oh-oh-oh essa histero-neurostenia, talvez do ópio, talvez do álcool
O que interessa! Nada
Ah-ah-ah-ah
O fundamental é essa simulação, essa despersonalização sublime,
perfeita, bela, magistral, inacreditável, transcendente, harmoniosa,
preclara, estética, exímia, exemplar, irrepreensível, impecável
que te permite ser tudo e todos, um e múltiplos, sozinho e rodeado,
ser um espelho e os seus múltiplos pedaços, ser uma laranja e os seus gomos,
uma árvore e todas as suas folhas e ramos, um ser e todas as células.
Ser um Caeiro, que vive da realidade imediata, das sensações puras
e extremas, que tem aquela visão ingénua, instintiva, imediata,
espontânea, simples, natural, sem as amarras do pensamento, livre,
um Alberto Caeiro deambulante, com hábitos de andar sem rumo, objetivo;
Ser um Ricardo Reis pagão, autodisciplinado, comedido, moribundo,
efémero, espiritual, monárquico, rígido, clássico,
com uma serenidade epicurista, que não cede aos impulsos dos instintos,
que procura a calma, a ataraxia, a aponia, a paixão comedida ou
ser um Álvaro de Campos, engenheiro mecânico, um “filho indisciplinado
das sensações”, um poeta da modernidade, um cosmopolita, sensacionista,
um cultor da vida marítima em todas as dimensões, das sensações
sem limite,
um poeta da condição humana partilhada entre o nada da realidade
e o tudo dos sonhos, apaixonado pela máquina, que procura a evasão
Tu, meu querido Pessoa, consegues ser tudo; como dizias:
“Quem tem alma não tem calma”, e tu foste, és e sempre serás prova disso mesmo,
Desse choque, desse confronto, desse turbilhão, dessa carnificina e massacre
Apoteótico
Saúdo-te, aclamo-te, felicito-te, aclamo-te por me dares e ensinares
uma nova visão das letras
Saúdo-te pela tua poesia, pelo encantamento que as palavras têm
Saúdo-te por teres o poder de me fazer sorrir e suspirar sempre que leio
um poema teu
Saúdo-te pela força que a tua escrita tem aqui, acolá,
no outro lado do país, do continente, do oceano, do mundo, de todo o
Sistema Solar, da galáxia, do universo
Saúdo-te por conseguires expressar a tua dor de tantas formas
diferentes, de forma comedida, inconsciente, exuberante, torrencial,
disciplinada, fingida, nostálgica
Hé-há! Hé-hô! H-o-o-o-o-o-o-o-o-o!
Up-up-up-up-up
Oh-o-o-o meu velho Fernando
Se dizem que é preciso dez gerações para entender a profundidade,
a essência dos teus poemas
Hup-lá, hup-lá, hup-lá, hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá-hô
Hup!!!
Eu, entusiasta pela tua escrita, digo que é um fidedigno embuste.
Nunca! Nunca! Nunca! Nunca! Nunca! Nunca! Nunca! NUUUUUUNNNNNNCCCAAAA!
Nem em dez, nem em vinte, em trinta, mil, nem mesmo quando
a exponencial ou a função logarítmica tende para mais infinito
irão compreender o primor dos teus versos
Porque tu, Fernando Pessoa, nosso patrono, poeta maior do modernismo
Literário e pensador inquietante de um Portugal mais culto e mais ousado,
u és único, exclusivo, ímpar, singular, irrepetível.
Gabriela Teixeira
Carrasqueiro nº18 12ºA
Ode
Bendito
sejas trabalho que ocupas férteis mentes jovens.
Potencialidade
esgotada é morte certa.
Morte indigna, indigna ARRE!
Morte sem criação é morte vazia
Morte bela de ventres estripados, cabelos ao vento e corações nas mãos.
Morte indigna, indigna ARRE!
Morte sem criação é morte vazia
Morte bela de ventres estripados, cabelos ao vento e corações nas mãos.
Triste esta
condição que só traz desatino.
Trabalho
requer inspiração, inspiração mecânica e automática e sangrenta e nojenta e
fedorenta e
tudo.
Gentes cheias de teorias, teoremas, regras, normas e estratagemas sem nexo ou sentido,malditos sejam! Malditos sejam todos!
Malditos sejam os artistas com as suas epifanias de gente descontente que não conhece
prazer extasiante da máquina.
Gente atrasada do passado, do papel e caneta, da tinta, dos pássaros de papel. De sonhos devassos devaneando que nem folhas ao vento seco.
As noites boémias de álcool, tabaco, ópio, …, … e ... AH que tristes miseráveis
criaturas nos tornámos!
Gentes cheias de teorias, teoremas, regras, normas e estratagemas sem nexo ou sentido,malditos sejam! Malditos sejam todos!
Malditos sejam os artistas com as suas epifanias de gente descontente que não conhece
prazer extasiante da máquina.
Gente atrasada do passado, do papel e caneta, da tinta, dos pássaros de papel. De sonhos devassos devaneando que nem folhas ao vento seco.
As noites boémias de álcool, tabaco, ópio, …, … e ... AH que tristes miseráveis
criaturas nos tornámos!
Tristes
criaturas de vícios não me temam, mas o terrífico som da máquina falecida, o
som apocalítico da era moderna, da indústria, da grandiosa e indomável era
da máquina
Piiiii Piiiii!
Pobres
máquinas, tristes como a solitária masturbação da mente recheada de passadismos antiquados.
Aclamem o
ruído surdo dos automóveis, o fumo, o fogo, a excitação, a emoção UH HA!
Aclamem o cansaço íssimo ÍSSIMO de carneiros suicidas, grandes mestres e amigos de
genialidade esgotada!
Viva as fábricas de metal e pedra e vidro e suor e cimento e aço e sangue e corpos nus e linhas retas e números reais e não reais e imaginários e gráficos e alcatrão e armas e cabelosndespenteados!
Viva o negro, o cinzento e o vermelho!
Malditos… Malditos sejamos todos!
Aclamem o cansaço íssimo ÍSSIMO de carneiros suicidas, grandes mestres e amigos de
genialidade esgotada!
Viva as fábricas de metal e pedra e vidro e suor e cimento e aço e sangue e corpos nus e linhas retas e números reais e não reais e imaginários e gráficos e alcatrão e armas e cabelosndespenteados!
Viva o negro, o cinzento e o vermelho!
Malditos… Malditos sejamos todos!
Laura Gabriel 12ºA Nº19
Ode
à eletricidade
Escrevo
para te dar o valor que mereces
Tu
que és inigualável, insubstituível e indispensável.
Em
frente ao computador penso e repenso,
Como
seria se não te tivessem descoberto?
Como,
como seria?
Viver
sem ti? Agrrr, não, nãoo, nãooooo!!!!
Tu
que nos permites utilizar a televisão,
O
computador, a aparelhagem, a torradeira, o micro-ondas,
As
máquinas de lavar, o despertador, o telemóvel, a impressora…
Tu
que nos tiras do escuro, e que nos iluminas!
O
maravilhoso barulho das lâmpadas, que com a tua generosidade dão luz…
Zzzzzzz...Zzzzzzz…Zzzzzzzz...
Ah,
essa luz que nos faz tanta falta…
Irraaaaaaaaa…Irraaaaaaa…Irraaaaa…
Podemos
ler, escrever, jogar, trabalhar, comer,
Exercitar,
namorar, cantar, corrigir, analisar…
Oh minha electricidade
querida, sem ti a vida seria tão pobre,
Não valeria sequer, a pena
viver,
Passaríamos o tempo no vazio,
no escuro! O que seria?!
Não poderíamos jogar
computador, nem ver televisão,
Nem ler uma revista, nem ter
telemóvel, nem usar a torradeira, nem o micro-ondas,
nem mesmo ler um livro
antes de dormir…
Nem sequer ouvir o “click”
dos interruptores prontos a fazer magia
Aiiii, nãoo,
nãoooooooo!!!!!!!!
Só de pensar num dia sem
essa tua maravilhosa luminosidade,
Revira
as tripas, dá vómitos…
Bluuuu…
És
tu que dás a vida ao nosso dia!!
Sim,
tu!! Maravilhosa e perfeita eletricidade!!!
Mariana Marques 12A
Ode da Natureza
Com a maior euforia
dei por mim a
observar o lado mais agressivo da Natureza. Fixei o meu olhar na janela e os meus ouvidos nos ruídos transmitidos
e ouvi um aglomerado de rrrrrrrrr rrrrrrrr rrrrrrrr e em simultâneo
o ruido da chuva picc, picc, picc pic pic pic, e
captei também o prum, prum, prum o barulho dos trovões
que me revelou toda a agitação daquela noite.
Observei toda a
agitação envolvida pela
escuridão da
noite, um cenário que me despertou outro modo de ver a Natureza que anteriormente não vira.
Vi as Árvores agitadas ao sabor do vento, vi a lua cheia, vi e ouvi as chapas
abaterem com extrema fúria pah, pah, pah …
Era uma
agressividade sem fim tudo voava tudo explodia ruído
tudo era
incomum, tudo estava descontrolado.E assim me deparei com uma Natureza diferente.
Fábio Anastácio
Ode à Pirataria
Ó piratas
cibernautas,
Como vos
adoro!
Como vos
adoro, gatunos, ladrões, patifes,
Heróis desse
mar digital!
Ó
piratas cibernautas
Que
enfrentam monstros marinhos,
Com
vossos canhões carregados
Com
worms, spam, vírus e viroses.
Que
penetram na carne rija e escura
De
antivírus tais como o poderoso, perigoso e imponente
Panda
Security.
Ó
piratas cibernautas
Patifes
corajosos
Dispostos
a enfrentar as autoridades
Para
trazerem até mim tesouros
Caixas
e baús zipados
Cheios
de joias de filmes, séries preciosas
Programas,
jogos, aplicações, músicas, baladas,
Ficheiros,
pastas, imagens, vídeos, planos de operações secretas,
Informação
e mais Informação
Bits,
Kbits, Megabites…
Hei
Hei Heiooo iiii Hei Hei Heia Heia
Tanta
coisa, tanta coisa.
(“coisa”
não)
COISAS!!
Coisas e coisas
Bits
e bits de coisas, todas só para mim…
Hei
Hei Heioo Heioo
Tudo!
Tudo e mais alguma coisa
Para
regalar os meus olhos
Mente,
pensamento, olhos, ouvidos, nariz, boca,
Todo o meu ser abarrotado,
entupido, repleto,
Lotado
com meras informações.
Informações
divertidas, tristes, felizes e infelizes.
Informações,
umas mais importantes que outras
(Outras
que são lixo que me vêm encher gavetas JÁ CHEIAS de tralha…
Gavetas
prestes a rebentar… BUUMMMM… num armário que é a mente.)
Tudo
isto que…
ESPERA
AÍ! “Tudo isto” é pouco.
Tudo
e MAIS ALGUMA COISA! (Ah, agora sim)
Tudo
o que existe
Na
nossa maldita esfera azul
Que
flutua no vazio negro,
Está
ao meu alcance através de um simples clique…
Ai
que delícia
Ai
Ai Ai Heia Heia Heia
Ai
que delícia que isto é
Ai
como eu adoro aquela sensação de realização
Quando
finalizo um download.
E
aí como odeio quando a porcaria
Do
meu PC (aquela carcaça nojenta feita de inúmeras peças, sistemas
Eléctricos
e mecanismos possuídos por demónios negros).
BLOQUEIA
precisamente quando está a faltar
Apenas
UM SEGUNDO para completar a transferência
Ai
que r-r-r-r-r-r-r-raiva!!
Hei
Hei Heioooo R-R-R-R-Raios, coriscos,
Relâmpagos,
faíscas, trovões…
Ai
como te amaldiçoo
Ó
caixa infernal que bloqueias.
Que
ardas no inferno das máquinas
Que
lá te liguem e desliguem à tomada,
Sucessivas
vezes, sem te darem oportunidade
De
recuperar o folgo fugido,
Até
que todos os teus circuitos fiquem queimados
E
a fumegar AH AH MUAH AH AH
Ei,
queimados não! Queimados é pouco.
Que
fiquem esturricados, tostados, rasgados, dilacerados,
Despedaçados,
retalhados, esmagados,
Esmigalhados,
espezinhados, fraturados,
Esfarelados,
esquartejados, trituradas, pulverizados…
Completamente
aniquilados…
AH
AH
Mas
eu rapidamente o perdoo
Quando
ele liga e me deixa
Aceder
aos portos onde piratas
Atracam
suas embarcações
E
libertam preciosas mercadorias.
E
eu saco-as, baixo-as todas.
Todas!
Tantas quanto os servidores
E
sites de partilha permitirem.
Avé
ó piratas cibernautas!
Avé
ó Baixaki!
Avé
ó Fileserver!
Avé
ó Oron!
Avé
ó Megaupload!
(Óh,
esse coitado já não! Sucumbido perante um surto de S.O.P.A.
S.O.P.A!
Maldita sejas. ASSASSINA!!!)
Avé
ó Hotfile!
Avé
ó Rapidshare!
Avé
ó Easyshare!
Avé
ó Piratuga!
Avé
ó Corsarios do mar digital!!!
Heioo
Hei ooo iii Bit Bit Bit z-z-z-z-z-r-r-r-r-r-r ERROR ERROR…
12º
A - Nº 23, Ruben Pastilha
Tac, tac, tac, tac
Maldito seja o batuque da mudança que anda a toque de caixa da
inovação.
Avançamos como cordeiros da Ciência! Nós! Gente parva, atrasada e
deslumbrada pela biotecnologia. Malditos sejamos todos!
De mãos dadas com a Natureza
Manipulamos e recriamos o Natural
Num entra e sai, num gira e volta, no qual, nós, apenas Homens, somos
objeto e utensilio!
Sujámos tudo o que nos destes, Mãe Natureza!
Roubámos o Verde ao mundo, pintámos de ferro alcalino e oxidado as
paisagens.
Pobre vida, pobre mundo, pobre Natureza!
Tac, tac, tac, toc, toc, toc
Lá vens tu! Cintilante tecnologia que esconde fórmulas intermináveis de
letras e números que expressam a vossa inteligência artificial e ambição
vergonhosa.
Calcamos fortes, firmes, furiosos ,o chão do planeta azul!
Onde antes havia gente cujas mãos descobriram o fogo, de olhos postos
no Universo estrelado,
Onde antes nadavam peixes e saltavam macacos.
Agora, ereto, anda o Homem!
E, assim, vivemos o amor químico da tecnologia!
Que será de ti? Pobre Ciência, caminhas a passos largos para a tua
destruição
Usando a tua própria criação!
Arre! Arrrrrrrrrrrrrrrrrreeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!
Vanessa Sofia 12º.A
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