Logo no início do ano letivo
2014/2015, manifestei à minha professora de Química o interesse que nutria em
concorrer a um concurso que incitava à criação de um projeto que se enquadrasse
no domínio da banda das radiofrequências: o Prémio FAQtos. Não sendo, de todo,
perita na matéria, atraía-me particularmente a dimensão do desafio que nos era
lançado, a nós, estudantes do Ensino Secundário: longe de se restringir à
elaboração de um relatório teórico e explicativo, o repto desta iniciativa radicava
no «desenvolvimento de metodologias de projeto», a fim de potenciar o
aprimoramento de «competências no exercício de uma cidadania ativa e o espírito
crítico e criativo» (ver Regulamento).
Em outubro de 2014 inscrevi-me a
este concurso nacional com «Eletromagnetiza-te!», um projeto de índole
científico-pedagógica cujo objetivo último passa por produzir e divulgar
conteúdos que, de uma forma apelativa e dinâmica, interpelem os jovens, em
particular, e os façam perspetivar a Ciência à luz de um novo ângulo de visão.
O espetro de ação de «Eletromagnetiza-te!» abrange um conjunto diversificado de
itens que pretendem colmatar as diferentes metas originalmente propostas
aquando da candidatura, focando-se na versatilidade das radiofrequências e nas
respetivas aplicações modernas (Telecomunicações, Radioastronomia, Medicina
Estética e Indústria), bem como a eventuais danos provocados no ambiente e na
saúde humana.
A dinâmica interventiva deste projeto está bem patente nas múltiplas atividades em que se desdobrou, e que vão desde a conceção de um logótipo à realização de inquéritos e entrevistas e à distribuição de cartazes, passando pelo agendamento de palestras e pela produção de um website de raiz. A tradução das ideias para o plano prático da sua execução revelou ser, a todos os níveis, uma experiência deveras enriquecedora e estimulante. Individualmente, cada uma destas vertentes de atuação deriva de uma intencionalidade singular e pretende atingir um público-alvo que é, também ele, diferente. Tal como na natureza, também na realidade se recomenda enveredar por diferentes caminhos e empreender diferentes estratégias que, ao entrecruzarem-se, se reforçarão mutuamente. Mas é adotando uma perspetiva globalizante que se alcança a verdadeira essência do projeto: todas e cada uma destas medidas integram um todo coletivo que aspira a «polinizar» com as sementes da curiosidade o máximo número possível de implicados, de forma a semear uma cultura que Carl Sagan considerava ser tão necessária como a dos cereais: a cultura científica.
Entre todos estes caminhos que foram
sendo trilhados ao longo de sete meses, gostaria de destacar a admissão da
candidatura de «Eletromagnetiza-te!» ao concurso SITESTAR.PT, graças ao qual o
meu projeto pôde usufruir de um website
– www.eletromagnetiza-te.pt – válido por 12 meses. Convido-vos a visitá-lo.
E foi assim, empenhando-se
afincadamente na ação divulgativa e interventiva junto da comunidade, que o
projeto conseguiu efetivamente fazer justo ao seu nome e ao mote que o
inspirou: «Agarra a Onda RF!». Após
sete meses de maturação e de várias etapas ultrapassadas – a admissão das
candidaturas, a entrega do Relatório de Progresso e do Relatório Final –,
ocorreu no passado dia 11 de julho a derradeira «prova de fogo» do Prémio
FAQtos: a apresentação oral, em dez minutos, dos dez projetos que haviam sido
nomeados finalistas. Entre eles, «Eletromagnetiza-te!», o único que era oriundo
do distrito de Leiria, e que acabou por arrecadar um segundo lugar de entre os
nove projetos ali representados.
A comparecência na Cerimónia Final
não esteve isenta de alguns turbilhões emocionais que se enovelam por dentro da
garganta e da voz e que imprimem uma velocidade radical ao sistema circulatório
– abandonando a perífrase, tais torvelinhos são vulgarmente designados por
«nervos». Para os desintegrar foi importante a presença da minha mãe, bem como
das professoras Armanda Silva e Helena António, que se disponibilizaram a
acompanhar-me na cerimónia. Para elas vai, então, o meu agradecimento.
Apesar de o prémio me ter sido
entregue a mim, a autora do projeto, a verdade é que «Eletromagnetiza-te!» não
existiria sem a conjugação harmoniosa dos esforços de diversas entidades. E se
nos jornais os caracteres não nos concedem grande espaço para os bastidores,
aqui há-o, pelo que passarei então à parte epilogal dos agradecimentos:
Em
cabeça de lista, tenho a agradecer à minha professora coordenadora, a docente
Maria Armanda Silva, por ser ela a primeira a acreditar que sim, que seria
possível, que eu era capaz.
Destaque
para a Escola Secundária de Porto de Mós, que cedeu verbas ao projeto estava
ele ainda numa fase embrionária, tornando possível o seu crescimento e
maturação.
Um
agradecimento especial à professora Teresa Faria, contra a qual nenhuma
adversidade se sobrepôs. O seu apoio, ininterrupto, dinâmico e entusiasta,
valeu o seu peso em oiro. Foi um privilégio conviver com uma professora que
ensina e inspira. Não há palavras que retribuam tudo.
Dirijo
também uma palavra de gratidão para a professora de Artes Visuais Helena Clara,
cuja criatividade artística se traduziu no logótipo do projeto, ao qual de
imediato aderiu. A sua perseverança reflete-se nas várias versões imagéticas
que foram elaboradas, num crescendo de complexidade e riqueza visual, as quais
culminaram na versão final.
O
próximo agradecimento, cujo diâmetro abarca em si a Via Láctea, vai para todas
as parcerias seladas que tornaram a execução do projeto viável e possível.
Refiro-me à equipa FAQtos; à Texto Editores, por ter intermediado a comunicação
com o professor Carlos Fiolhais, um dos oradores convidados, e à Caixa Crédito Agrícola,
por ter cedido o espaço onde a palestra teria lugar. Refiro-me igualmente às
entidades que aceitaram ser entrevistadas, a saber: a Associação de Física da
Universidade de Aveiro (FISUA); o recém-formado Instituto de Astrofísica e
Ciências do Espaço (IA); Luís Batista, um engenheiro de telecomunicações; e a
Associação de Eletrónica, Telecomunicações e Telemática da Universidade de
Aveiro (NRAETTUA).
Agradeço,
obviamente, aos alunos que preencheram os inquéritos e que frequentaram as palestras,
bem como a todos aqueles que se deixaram contagiar pelo rastilho de curiosidade
alimentado pelo projeto. Não deixem nunca de a cultivar, a ela, à curiosidade.
E,
claro, deixo um último agradecimento a todos as pessoas anónimas que direta ou
indiretamente intervieram na consolidação deste projeto.
A
todos, o meu obrigada.
Concluindo,
há que frisar uma sábia frase do professor Carlos Fiolhais: «a nossa qualidade de vida, tanto material
como intelectual, depende criticamente da presença e influência da ciência.
Pode não ser apenas a ciência que nos salve, mas sem ciência estaremos
definitivamente perdidos». É ao abrigo desta convicção que lanço a todos um
convite, um desafio: ELETROMAGNETIZA-TE!
Diana Venda
muito bom! Adorei ler-te Diana, não pares nunca......
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