segunda-feira, 20 de julho de 2015

Uma aluna, um projeto, muitos agradecimentos




            Logo no início do ano letivo 2014/2015, manifestei à minha professora de Química o interesse que nutria em concorrer a um concurso que incitava à criação de um projeto que se enquadrasse no domínio da banda das radiofrequências: o Prémio FAQtos. Não sendo, de todo, perita na matéria, atraía-me particularmente a dimensão do desafio que nos era lançado, a nós, estudantes do Ensino Secundário: longe de se restringir à elaboração de um relatório teórico e explicativo, o repto desta iniciativa radicava no «desenvolvimento de metodologias de projeto», a fim de potenciar o aprimoramento de «competências no exercício de uma cidadania ativa e o espírito crítico e criativo» (ver Regulamento).
            Em outubro de 2014 inscrevi-me a este concurso nacional com «Eletromagnetiza-te!», um projeto de índole científico-pedagógica cujo objetivo último passa por produzir e divulgar conteúdos que, de uma forma apelativa e dinâmica, interpelem os jovens, em particular, e os façam perspetivar a Ciência à luz de um novo ângulo de visão. O espetro de ação de «Eletromagnetiza-te!» abrange um conjunto diversificado de itens que pretendem colmatar as diferentes metas originalmente propostas aquando da candidatura, focando-se na versatilidade das radiofrequências e nas respetivas aplicações modernas (Telecomunicações, Radioastronomia, Medicina Estética e Indústria), bem como a eventuais danos provocados no ambiente e na saúde humana.
           
A dinâmica interventiva deste projeto está bem patente nas múltiplas atividades em que se desdobrou, e que vão desde a conceção de um logótipo à realização de inquéritos e entrevistas e à distribuição de cartazes, passando pelo agendamento de palestras e pela produção de um website de raiz. A tradução das ideias para o plano prático da sua execução revelou ser, a todos os níveis, uma experiência deveras enriquecedora e estimulante. Individualmente, cada uma destas vertentes de atuação deriva de uma intencionalidade singular e pretende atingir um público-alvo que é, também ele, diferente. Tal como na natureza, também na realidade se recomenda enveredar por diferentes caminhos e empreender diferentes estratégias que, ao entrecruzarem-se, se reforçarão mutuamente. Mas é adotando uma perspetiva globalizante que se alcança a verdadeira essência do projeto: todas e cada uma destas medidas integram um todo coletivo que aspira a «polinizar» com as sementes da curiosidade o máximo número possível de implicados, de forma a semear uma cultura que Carl Sagan considerava ser tão necessária como a dos cereais: a cultura científica.
            Entre todos estes caminhos que foram sendo trilhados ao longo de sete meses, gostaria de destacar a admissão da candidatura de «Eletromagnetiza-te!» ao concurso SITESTAR.PT, graças ao qual o meu projeto pôde usufruir de um website – www.eletromagnetiza-te.pt – válido por 12 meses. Convido-vos a visitá-lo.
            E foi assim, empenhando-se afincadamente na ação divulgativa e interventiva junto da comunidade, que o projeto conseguiu efetivamente fazer justo ao seu nome e ao mote que o inspirou: «Agarra a Onda RF!». Após sete meses de maturação e de várias etapas ultrapassadas – a admissão das candidaturas, a entrega do Relatório de Progresso e do Relatório Final –, ocorreu no passado dia 11 de julho a derradeira «prova de fogo» do Prémio FAQtos: a apresentação oral, em dez minutos, dos dez projetos que haviam sido nomeados finalistas. Entre eles, «Eletromagnetiza-te!», o único que era oriundo do distrito de Leiria, e que acabou por arrecadar um segundo lugar de entre os nove projetos ali representados.
            A comparecência na Cerimónia Final não esteve isenta de alguns turbilhões emocionais que se enovelam por dentro da garganta e da voz e que imprimem uma velocidade radical ao sistema circulatório – abandonando a perífrase, tais torvelinhos são vulgarmente designados por «nervos». Para os desintegrar foi importante a presença da minha mãe, bem como das professoras Armanda Silva e Helena António, que se disponibilizaram a acompanhar-me na cerimónia. Para elas vai, então, o meu agradecimento.


            Apesar de o prémio me ter sido entregue a mim, a autora do projeto, a verdade é que «Eletromagnetiza-te!» não existiria sem a conjugação harmoniosa dos esforços de diversas entidades. E se nos jornais os caracteres não nos concedem grande espaço para os bastidores, aqui há-o, pelo que passarei então à parte epilogal dos agradecimentos:
Em cabeça de lista, tenho a agradecer à minha professora coordenadora, a docente Maria Armanda Silva, por ser ela a primeira a acreditar que sim, que seria possível, que eu era capaz.
Destaque para a Escola Secundária de Porto de Mós, que cedeu verbas ao projeto estava ele ainda numa fase embrionária, tornando possível o seu crescimento e maturação.
Um agradecimento especial à professora Teresa Faria, contra a qual nenhuma adversidade se sobrepôs. O seu apoio, ininterrupto, dinâmico e entusiasta, valeu o seu peso em oiro. Foi um privilégio conviver com uma professora que ensina e inspira. Não há palavras que retribuam tudo.
Dirijo também uma palavra de gratidão para a professora de Artes Visuais Helena Clara, cuja criatividade artística se traduziu no logótipo do projeto, ao qual de imediato aderiu. A sua perseverança reflete-se nas várias versões imagéticas que foram elaboradas, num crescendo de complexidade e riqueza visual, as quais culminaram na versão final.
O próximo agradecimento, cujo diâmetro abarca em si a Via Láctea, vai para todas as parcerias seladas que tornaram a execução do projeto viável e possível. Refiro-me à equipa FAQtos; à Texto Editores, por ter intermediado a comunicação com o professor Carlos Fiolhais, um dos oradores convidados, e à Caixa Crédito Agrícola, por ter cedido o espaço onde a palestra teria lugar. Refiro-me igualmente às entidades que aceitaram ser entrevistadas, a saber: a Associação de Física da Universidade de Aveiro (FISUA); o recém-formado Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA); Luís Batista, um engenheiro de telecomunicações; e a Associação de Eletrónica, Telecomunicações e Telemática da Universidade de Aveiro (NRAETTUA).
Agradeço, obviamente, aos alunos que preencheram os inquéritos e que frequentaram as palestras, bem como a todos aqueles que se deixaram contagiar pelo rastilho de curiosidade alimentado pelo projeto. Não deixem nunca de a cultivar, a ela, à curiosidade.
E, claro, deixo um último agradecimento a todos as pessoas anónimas que direta ou indiretamente intervieram na consolidação deste projeto.
A todos, o meu obrigada.
Concluindo, há que frisar uma sábia frase do professor Carlos Fiolhais: «a nossa qualidade de vida, tanto material como intelectual, depende criticamente da presença e influência da ciência. Pode não ser apenas a ciência que nos salve, mas sem ciência estaremos definitivamente perdidos». É ao abrigo desta convicção que lanço a todos um convite, um desafio: ELETROMAGNETIZA-TE!


Diana Venda

1 comentário: