Passadas duas semanas sobre o
Ensino @ Distância no Agrupamento de Escolas de Porto de Mós, no âmbito da
pandemia do COVID-19, a comunidade educativa foi auscultada de modo a
identificar pontos fracos do processo com vista à sua melhoria. Globalmente, as
opiniões foram muito positivas com índices de satisfação acima dos 75 % (níveis
4 e 5 numa escala de 5 níveis) em mais de três quartos das questões colocadas
respeitantes à operacionalização do Plano do Agrupamento para o Ensino @
Distância.
Relativamente aos alunos que
frequentam a Educação Pré-escolar, mais de 90 % dos encarregados de
educação consideram-se bem informados sobre o Plano para o Ensino @ Distância
do Agrupamento e têm em casa as condições necessárias para pôr em prática as
atividades propostas pelas educadoras; o tempo necessário para realizar as
tarefas ao longo da semana é considerado adequado por 85% dos inquiridos.
Quanto à disponibilidade e ao apoio prestado pelas educadoras, a satisfação é
quase total (95 %). Curiosamente, apesar de todas as taxas de satisfação
estarem acima dos 85 %, quando inquiridos a fazer uma apreciação global da
adaptação das crianças ao Ensino @ Distância, a taxa de aprovação é mais baixa,
cerca de 74 %, o que poderá indicar que, apesar de as atividades estarem a decorrer
de forma adequada, sente-se a falta da presença física da educadora.
Relativamente aos 1.º e 2.º
ciclos do Ensino Básico, mais de 90 % dos alunos e encarregados de educação
consideram-se bem informados sobre o Plano para o Ensino @ Distância do Agrupamento
e cerca de 82 % afirmam que as plataformas tecnológicas utilizadas pelos
professores permitem perceber bem os conteúdos educativos apresentados. A
facilidade em contactar com os professores quando necessário, bem como as
correções e explicações relativas aos trabalhos realizados pelos alunos recebem
taxas de aprovação (níveis 4 e 5 numa escala de 5 níveis) entre os 79 e os 89 %.
Um aspeto em que existe diferença entre as respostas dos alunos do 1.º e do 2.º
Ciclo prende-se com o tempo necessário para realizar as tarefas semanais
solicitadas pelos professores, e os prazos para a sua entrega, cujas taxas de
satisfação são maiores no 1.º Ciclo (c. 84 %) do que no 2.º Ciclo (c. 72 %).
Tal como na Educação Pré-escolar, quando solicitados a fazer uma apreciação
global da adaptação dos alunos ao Ensino @ Distância, a taxa de aprovação é
inferior à dos outros itens (c. 79 %) o que poderá também indicar que, apesar
de as atividades estarem a decorrer de forma adequada, sente-se a falta da
presença física dos professores.
Relativamente ao 3.º Ciclo do
Ensino Básico e aos Cursos Científico-humanísticos do Ensino Secundário, os
alunos consideram-se bem informados sobre o Plano para o Ensino @ Distância,
embora o número seja maior no Secundário (94 %) do que no 3.º Ciclo (80 %);
cerca de 80 %, dos alunos destes ciclos afirmam que as plataformas tecnológicas
utilizadas pelos professores permitem perceber bem os conteúdos educativos
apresentados e que conseguem realizar autonomamente as tarefas solicitadas
pelos professores (sendo que, no Secundário, o grau de autonomia é maior com
mais de 94 % dos alunos a não ter problemas com a realização das tarefas). A
facilidade em contactar com os professores quando necessário também é elevada
(80 % no 3.º Ciclo e 91 % no Secundário) bem como a aprovação do feedback dado
pelos professores (c. 73 %); contudo, só 60 % dos alunos do Secundário
consideram que o feedback dos professores lhes permite melhorar os seus conhecimentos
enquanto que no 3.º Ciclo esse número é de 85 %. Um aspeto em que as taxas de
satisfação nestes dois ciclos são inferiores às dos outros ciclos refere-se ao
tempo necessário semanalmente para a realização das tarefas, e ao prazo para a
sua entrega, que só recebem taxas de satisfação (níveis 4 e 5 numa escala de 5
níveis) entre os 47 e os 57 %. Globalmente, 70 % dos alunos do 3.º Ciclo
afirmam que se adaptaram bem ao Ensino @ Distância enquanto que, no Secundário,
esse número sobe para 80 %.
Os alunos dos Cursos
Profissionais (Cursos de Educação e Formação do Ensino Básico e Cursos
Profissionais do Ensino Secundário) são os que se mostram menos satisfeitos com
o Ensino @ Distância com taxas de satisfação (níveis 4 e 5 numa escala de 5
níveis) mais baixas que os outros ciclos em quase todos os parâmetros; contudo,
estes resultados poderão estar influenciados pelo baixo número de alunos que
responderam ao questionário (apenas 15). O Conselho Pedagógico estará atento a
esta particularidade nos próximos momentos de monitorização de modo a confirmar
se tal é característico deste tipo de cursos ou se tem outros motivos; convém
ainda referir que estes cursos abrangem cinco turmas das 124 do Agrupamento o
que representa apenas quatro por cento do total de turmas.
Quanto aos docentes,
avaliam também positivamente a maioria dos aspetos relacionados com o Ensino @
Distância mostrando taxas de satisfação (níveis 4 e 5 numa escala de 5 níveis)
superiores a 80 % em dois terços das questões colocadas. Assim, consideram que
o Agrupamento disponibilizou materiais de apoio e sessões de formação que
contribuíram de forma decisiva para a sua adaptação ao processo de Ensino @
Distância (80 %), que as plataformas tecnológicas que utilizam permitem atingir
devidamente os objetivos educativos pretendidos (88 %), que os alunos resolvem
as tarefas distribuídas em linha com o que faziam quando o ensino era
presencial (92 %) e que se adaptaram globalmente bem ao Ensino @ Distância (82
%). O único aspeto negativo apontado pelos docentes é o tempo necessário para
operacionalizar todas as tarefas relacionadas com o Ensino @ Distância com 78 %
a indicar que o tempo despendido é superior ao que necessitavam quando o ensino
era presencial.
Embora não dependendo do
Agrupamento de Escolas, mas com intuito de obter uma panorâmica da situação no
concelho de Porto de Mós, os alunos e encarregados de educação foram inquiridos
quanto aos equipamentos informáticos (computadores, tablets, telemóveis)
que possuem no seu agregado familiar e quanto à velocidade de ligação à
Internet. As maiores lacunas verificam-se no 1.º Ciclo e nos cursos
profissionais; 70 % dos encarregados de educação de alunos do 1.º Ciclo, e 55 %
dos alunos dos cursos profissionais, consideram que possuem no seu agregado
familiar equipamentos informáticos suficientes para o Ensino @ Distancia. Na
Educação Pré-escolar, o número de agregados familiares que afirmam ter os
equipamentos necessários é ligeiramente superior (77 %) e, nos restantes
ciclos, é bastante superior (85 % no 2.º Ciclo e 90 % no 3.º Ciclo e no Ensino
Secundário). Já quanto à qualidade dos equipamentos existentes no agregado
familiar, as apreciações são inferiores registando-se taxas de satisfação entre
os 45 e os 72 %. Quanto à velocidade da ligação à Internet os graus de
satisfação variam entre os 66 % e os 82 %. Também alguns docentes (32 %) se
queixam de não terem equipamentos informáticos que permitam cumprir
adequadamente as suas tarefas enquanto 38 % afirmam que a velocidade de acesso
à Internet de que dispõem dificulta as tarefas.
Note-se que no Agrupamento de Escolas de Porto de Mós
foram identificados 234 alunos sem computador ou tablet que permitisse
acompanhar devidamente as atividades de Ensino @ Distância tendo 93 deles
recebido computadores portáteis ou tablets emprestados pelo Agrupamento;
aguarda-se a entrega dos tablets adquiridos pelo Município para responder aos restantes casos sendo
que uma parte destes alunos consegue
acompanhar e realizar algumas atividades, nomeadamente a partir de telemóveis;
nos casos mais problemáticos foram designados professores mentores para melhor
acompanhar estes alunos .
Os dados utilizados para a monitorização do plano de Ensino @ Distância do Agrupamento foram recolhidos, entre outros,
através questionários em linha a cerca de 320 alunos, incluindo também os
respetivos encarregados de educação no caso dos alunos da Educação Pré-escolar
e dos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico, correspondentes a cerca de 15 % da
população escolar do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós; foram também
inquiridos 50 docentes, correspondentes a 20 % do corpo docente do Agrupamento.
Carlos Oliveira
Coordenador da Equipa de Monitorização do Plano E@D do AEPM
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