O sol tímido esconde-se
Atrás da serra pintada de preto
E eu vou para a rua, com o coração funesto
E cheio do passado descoberto pelo vento.
As oliveiras dançam, tristemente,
As janelas abrem quando passo,
E entre os vidros encobre-se uma mulher,
Que constantemente se pergunta o que ali faço.
O vento leva-me até aos telhados.
Aquelas lajes de pedra, que captam a água,
Como captam o meu olhar e a minha alma.
E me acalmam! E me salvam! Como salvaram meus
antepassados!
A natureza que me rodeia fascina,
Enquanto arrelia e continuo a fugir.
Desço enquanto o sol sobe e zarpa a neblina
E os pedreiros chegam aos muros a insurgir.
Vejo um simples e belo cruzeiro, ao longe,
Acompanhado do chafariz, no meio da aldeia,
Fonte da água e fonte da vida,
Enquanto a pinga canta a sua bela melodia.
Ao longe, sinto o cheiro do pão quente
A sair do forno antigo com os pequenos
Fascinados a assistir. E relembro a minha infância
E a felicidade que senti quando era assim.
E eu, volto a casa, com as memórias.
As felizes memórias da minha infância,
Entre rochas e oliveiras, a sentir uma paz
Que não sentia quando do lar parti fugaz.
Maria Durão, N.º 21, 12.ºA
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