sábado, 13 de maio de 2023

Deambulando - 12.ºA 27

Poema de um domingo de manhã no Arrimal



Dez horas da manhã ouve-se o galo a cantar

Alguns já trajados outros por trajar.

Mas quando o sino dá as 12 badaladas

Todas estão aprumadas.

 

À entrada da igreja já se pode escutar,

O cheiroso e tentador frango a assar

E ao entrar se vê a diferença

De quem está ou não por crença.

 

Ao longe, avisto uma mulher,

Sem nenhuma peça quente sequer

Imagino-a, de imediato, com um casaco de penas

Como as do frango que assa, apenas.

 

Numa outra perspetiva podemos perceber

Que é na lagoa pequena que se pode espairecer

A sua água clara, límpida e reluzente

Deixa os habitantes com um sorriso evidente

 

A caminho da senhora dos frangos

Não há salvadores, divinos ou santos

Enquanto os coitados esperam tanto

Os afortunados descansam no manto

 

E, ao longe, se começa a ouvir

O som dos Mercedes preto e comprido a vir

Com as encomendas feitas

São sempre as primeiras satisfeitas

 

Mas o ar puro que os outros cheiram

Pois, por mais que todos queiram,

Não há frango ainda pronto

Que valha este encontro!

Verónica Martins, N.º 27, 12.ºA

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