segunda-feira, 1 de maio de 2023

Deambulando - 12.ºA 17

Rotina



Assim que o meu pé roça o chão

E o autocarro parte para outra povoação

A azáfama em mim presente configura-se abruptamente

Todos os dias me vejo neste estado dolente.

 

Deslumbro a minha antiga escola, distante,

Relembra-me uma simplicidade tão discrepante

Ah! Como era bom este retornar,

Escorregar, correr e brincar sem para trás olhar!

 

Mas com o tempo houve uma mudança no meu entendimento

Tudo se dissipou da sua luminescência original.

Agora, este trajeto já não representa alento

Transformou-se na ansiedade, que sentimento violento!

 

As minhas ambições consomem-me!

Os outros não parecem ter a mesma preocupação

Imperturbados, no café, com uma cerveja na mão,

Desperdiçando a vida pela satisfação.

 

Entre o sussurrar distante dos diálogos,

Destaca-se o ruído raivoso dos carros.

Um veículo cruza a estrada distraído e reflexivo,

Mais uma cara incógnita num maço de cigarros.

 

Aceno. “Olá, há tanto tempo que já não a via!”

Sorrio com carinho a quem me viu crescer

Passo nostalgicamente pelas bisbilhotices alheias

E rotineiramente corto para a rua a descer.

 

As mesmas pedras permanecem soltas

As mesmas plantas continuam por regar

Avisto o sorriso da minha avó por me ver chegar

A inquietação para, talvez seja bom o não mudar!

 

Laura Sousa, N.º17, 12.ºA

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