terça-feira, 2 de maio de 2023

Deambulando - 12.ºB 18

REFÚGIO

 


Saio alegremente do meu abrigo,

Seguindo por paralelos poluídos.

Chilram, a pensar que sou seu amigo.

Lembra-me a liberdade que não tenho vivido!

 

Ao subir estas escadas pobres,

Enriqueço de exaustão e cansaço

Dói-me como vinte febres,

Não repousar no seu abraço!

 

Escrevo por um caminho esverdeado

O tilintar do baloiço encarnado

Encarna em mim o fardo

Que é não ser mais miúdo!

 

Distraído, já estou no ginásio.

Vejo o cheiro do suor que me ataca

Livro-me desse senso trágico

E coloco-me na barra

 

Observo esses estudantes

Recordam-me uma esplanada.

Ao longo, gemidos exaustantes

De halteres de um grama

 

Os gigantes aparecem

E me entristecem

Parecem um muro

Triste, desiludido mas duro

 

Ao escurecer, caminho

Com o denso amarelo da rua

Sinto os olhos do gatinho

Grandes e redondos como a lua

 

O último inimigo

É esta escadaria familiar

E no entanto, sem reparar

Estou tristemente no meu abrigo

 

Pedro Tiago Lopes Coelho, N.º 18, 12.ºB

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