quinta-feira, 5 de novembro de 2020

O "Pão por Deus"

 


Celebrou-se no passado dia 1 de novembro, em honra de todos os santos e mártires. o Dia de Todos os Santos. Este dia é considerado uma festa, celebrada pelos crentes de várias igrejas da religião cristã. A Igreja Ortodoxa celebra no primeiro domingo depois do Pentecostes, fechando a época litúrgica da Páscoa, tal como a Igreja Católica Oriental. A Igreja Anglicana também celebra o dia de Todos os Santos com o mesmo significado que nas Igrejas Católica e Ortodoxa. Na Igreja Luterana, o dia é celebrado principalmente para lembrar que todas as pessoas batizadas são Santas e também as que faleceram durante o ano. Na igreja cristã ocidental, a celebração litúrgica começa na noite de 31 de outubro (Véspera do Dia de Todos os Santos), e termina no final do Dia de Todos os Santos, dia 1 de novembro.

Inicialmente a comemoração regular começou em 13 de maio de 609 ou 610, o Papa Bonifácio IV dedicou o Panteão (o templo romano em honra a todos os deuses) a Maria e a todos os mártires.

A data foi mudada para novembro quando o Papa Gregório III dedicou uma capela em Roma a Todos os Santos e ordenou que eles fossem homenageados no 1.° dia de novembro. Tudo indica que a mudança se deveu ao facto de se comemorar um feriado idêntico na mesma data, na Inglaterra. Perante isto. é possível que a comemoração britânica medieval do Dia de Todos os Santos tenha sido o ponto de partida para a popularização dessa festividade em toda a Igreja cristã.

Antigamente todas as pessoas iam pedir o “Pão por Deus” porque havia muita pobreza e havia mesmo necessidade de pedir. Normalmente as pessoas punham as mesas com o que tinham em casa (comida e bebida) e, quando chegavam os pobres, entravam e comiam à vontade e à saída ainda lhes davam mais alguma coisa.

Nos Açores era costume colocar o primeiro pão da fornada à porta para quem passa-se e tivesse fome levar.

É também costume em algumas regiões, os padrinhos oferecerem um bolo, o Santoro.

Em algumas povoações da zona centro e estremadura chama-se a este dia o ‘Dia dos Bolinhos’ ou ‘Dia do Bolinho’. Estes bolinhos são especialmente confeccionados para este dia, sendo à base de farinha e erva -doce com mel (noutros locais leva batata doce e abóbora) e frutos secos como passas e nozes.

Em Portugal, ainda se mantêm a tradição de, no dia de Todos os Santos, as crianças saírem à rua em pequenos grupos para pedir o ‘Pão por Deus’ de porta em porta: recitam versos e recebem como oferenda pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, amêndoas ou castanha, assim como doces e rebuçados, que colocam dentro dos seus sacos de pano; nalgumas aldeias chama-se a este dia o ‘Dia dos Bolinhos’.

Em algumas regiões do país conserva-se a tradição de os adultos terem mesa posta com iguarias da época e andarem de casa em casa a petiscar e conviver.

A progressiva implementação do Halloween   em Portugal é uma ameaça à continuidade do “Pão-por-Deus” pois vem substituir as tradicionais manifestações das tradições portuguesas que importa preservar pois fazem parte da nossa cultura.


Este ano atípico, também afetou a comemoração e tradição do dia Todos os Santos, como todas as tradições e festividades desde o inicio da pandemia provocada pelo covid-19.

De modo que, as crianças ficaram em casa, não indo pedir o “Pão por Deus” e a maioria das famílias não se visitaram ou juntaram nas tradicionais partilhas.

As famílias tentaram festejar o dia com mais contenção e adaptando às condições possíveis com pequenas oferendas dentro da própria casa.

Estas condicionantes provocadas pela pandemia tem exasperado muitas mudanças no quotidiano das pessoas afetando principalmente a parte social, o, que é ainda mais notório em dia de festas, comemorações ou tradições.

Beatriz, 11.º A

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