quarta-feira, 3 de maio de 2023

Deambulando - 12.ºA 18

 


Oito horas da manhã; em minha casa,

Aqui no cimo da colina,

Longe da algazarra,

Desce pelo vale a neblina.

 

Deitada ainda na cama,

Oiço lá fora os pássaros a cantar,

A brisa a soprar na rama,

Levando-me a imaginar.

 

Nestes jardins da casa, ao amanhecer,

Há tal tranquilidade, há tal serenidade,

As árvores perdem a sua luminosidade,

No chão um tapete de folhas a crescer.

 

O outono já se faz notar,

Nos seus tons de castanho e amarelo,

Os raios de sol a despontar,

Por entre as nuvens num céu belo.

 

Eu, deambulando, agora fora do portão,

Começo a descer pela aldeia

Acabando a paz e começando a confusão,

Sinto que estou presa numa teia.

 

Olho para as casas de cortinas abertas,

O barulho e o movimento começam-se a sentir,

As ruas enchem-se de carros e pessoas

Tudo se torna correria na ânsia de partir.

 

Por estas ruas, rodeadas de casa antigas,

Passa um trator, com o agricultor,

Chega à escola, o professor,

No parque verde, um grupo de amigas.

 

Vejo as crianças, entusiasmadas, brincar

Oh! Tão felizes estão naquela escola branca

Lá ao fundo, na igreja, as velhotas a rezar,

E os homens, sem nada que fazer, no banco a conversar.

 

Lea Martins, N.º 18, 12.ºA

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