REFÚGIO
Saio alegremente do meu abrigo,
Seguindo por paralelos poluídos.
Chilram, a pensar que sou seu amigo.
Lembra-me a liberdade que não tenho vivido!
Ao subir estas escadas pobres,
Enriqueço de exaustão e cansaço
Dói-me como vinte febres,
Não repousar no seu abraço!
Escrevo por um caminho esverdeado
O tilintar do baloiço encarnado
Encarna em mim o fardo
Que é não ser mais miúdo!
Distraído, já estou no ginásio.
Vejo o cheiro do suor que me ataca
Livro-me desse senso trágico
E coloco-me na barra
Observo esses estudantes
Recordam-me uma esplanada.
Ao longo, gemidos exaustantes
De halteres de um grama
Os gigantes aparecem
E me entristecem
Parecem um muro
Triste, desiludido mas duro
Com o denso amarelo da rua
Sinto os olhos do gatinho
Grandes e redondos como a lua
O último inimigo
É esta escadaria familiar
E no entanto, sem reparar
Estou tristemente no meu abrigo
Pedro Tiago Lopes Coelho, N.º 18, 12.ºB
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