Poema de um domingo de manhã no Arrimal
Dez horas da manhã ouve-se o
galo a cantar
Alguns já trajados outros
por trajar.
Mas quando o sino dá as 12
badaladas
Todas estão aprumadas.
À entrada da igreja já se
pode escutar,
O cheiroso e tentador frango
a assar
E ao entrar se vê a
diferença
De quem está ou não por
crença.
Ao longe, avisto uma mulher,
Sem nenhuma peça quente
sequer
Imagino-a, de imediato, com
um casaco de penas
Como as do frango que assa,
apenas.
Numa outra perspetiva
podemos perceber
Que é na lagoa pequena que
se pode espairecer
A sua água clara, límpida e
reluzente
Deixa os habitantes com um sorriso evidente
A caminho da senhora dos
frangos
Não há salvadores, divinos ou santos
Enquanto os coitados esperam
tanto
Os afortunados descansam no
manto
E, ao longe, se começa a
ouvir
O som dos Mercedes preto e comprido a vir
Com as encomendas feitas
São sempre as primeiras
satisfeitas
Mas o ar puro que os outros
cheiram
Pois, por mais que todos
queiram,
Não há frango ainda pronto
Que valha este encontro!
Verónica Martins, N.º 27, 12.ºA
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