domingo, 23 de abril de 2023

Deambulando - 12.ºA 13

Deambulando pela minha terra

 

As folhas voam,

os pássaros cantam

E ao caminhar vejo a dança

de uma menina com a sua trança,

que tão criança parece nem reparar.

 

Como repararia? Como repararia no olhar da sua mãe

que leva além

as preocupações do dia,

Mas ainda com a alegria

que a vida tem.

 

Ainda é cedo! O pão sai morno

Mas o padeiro, já o colocava no forno

durante a madrugada.

Enquanto os patrões ainda tinham a cara amassada

nas suas colchas almofadadas.

 

Começa a chover!

Os chapéus saem das malas,

mas perante duas senhoras idosas

ninguém se incomoda em ajudar

quase escorregando nas calçadas.

 

O tempo avança. A chuva ainda cai.

Ao passar cheiro a terra molhada,

antes lavrada,

pelo velho senhor que antes do sol nascer

já se estava a mexer.

 

De que vale a realidade

Se perante a verdade

nos enganamos a transformar a aldeia em cidade

Manifestando a necessidade

E a falta de amizade.

 

Viramos para cima, vemos o céu

É tal e qual um véu

Que não deixa reparar,

Perdendo o olhar,

De quem está a trabalhar.

Júlia Cruz, N.º 13, 12.ºA

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