domingo, 2 de abril de 2023

Deambulando - 12.ºB 2

 


Deambulando pela minha terra

 


A tarde é calma, tranquila

Não há carros a apitar nem crianças a gritar

A confusão e a correria ficaram na vila

Que o autocarro para trás deixou sem hesitar.

 

É ao passar por todos

Aqueles que Deus para um lugar melhor levou

Que me lembro de todos os desgraçados

E das lágrimas que cada um chorou.

 

Subo o resto da serra e é aqui

Que encontro o pobre e solitário moinho

Recordando-me de todos aqueles que,

Partiram para sozinhos fazerem o seu caminho.

 

É deste lugar que avisto todos

Os que neste fim do mundo vivem:

Às janelas estão as viúvas, nos cafés os bêbados

E a retomar a casa os que nos grandes carros se locomovem.

 

Ouço o vento a bater nos arvoredos

E percebo que tudo é passageiro

Não vale a pena manter segredos

Porque nesta terra até se conhece a vida do estrangeiro.

 

À noite tudo descansa

E é aí que penso,

Relembrando-me da criança


Que era e deixo o futuro em suspenso.

 

Beatriz Marques, 12.ºB, N.º 2

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